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Internacional
Quarta - 16 de Novembro de 2005 às 18:40
Por: Timothy Heritage

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O ministro francês do Interior e pré-candidato à Presidência Nicolas Sarkozy aumentou na quarta-feira os pedidos para que a França introduza medidas para ajudar as minorias a encontrar trabalho, desafiando diretamente o presidente Jacques Chirac. Incentivado por uma pesquisa de opinião que mostrou forte apoio dos eleitores à sua dura resposta aos piores distúrbios civis da França em quase 40 anos, Sarkozy atiçou a polêmica sobre como incluir os jovens descontentes na sociedade francesa.

Jovens irritados com a falta de emprego e oportunidades nos subúrbios pobres protestaram na madrugada desta quarta-feira pela 20a. noite consecutiva, mas a polícia disse que o número de veículos queimados caiu para o total mais baixo já registrado, 163.

Sarkozy já havia pedido uma "ação afirmativa" para combater as altas taxas de desemprego entre as minorias. Muitos são de origem árabe ou africana.

O timing do seu pedido, dois dias depois de Chirac ter descartado tais medidas em um discurso televisivo, destacou as diferenças entre os dois políticos.

"Recuso a idéia de que todos começamos na mesma linha na vida", disse Sarkozy em entrevista à revista L''Express.

"Algumas pessoas começam um pouco mais atrás porque têm uma desvantagem — seja sua cor, cultura ou bairro de onde vêm. Então precisamos ajudá-las", disse.

Sem se referir diretamente à discriminação positiva, Sarkozy também tocou na questão do Parlamento. "Há jovens na França que têm menos que outros e que precisam de mais ajuda do que outros", disse.

Chirac disse na segunda-feira que queria combater o "veneno" da discriminação, mas rejeitou medidas como a criação de quotas para as minorias no local de trabalho.

As declarações de Sarkozy não apenas o afastaram de Chirac, como também do premiê Dominique de Villepin, seu principal concorrente pela candidatura de uma frente de centro-direita nas eleições presidenciais de 2007. Villepin também rejeitou a discriminação positiva.

PESQUISA INCENTIVA SARKOZY

Sarkozy, de 50 anos, recebera também na quarta-feira um incentivo de uma pesquisa que mostrou que ele se saiu melhor que Villepin dos distúrbios da França.

Das 958 pessoas entrevistadas pelo Ipsos para a revista Le Point, 68 por cento aprovaram as ações de Sarkozy desde o início dos distúrbios, contra 62 por cento de aprovação para Villepin.

"Ficou claro que a forte mensagem de Sarkozy em relação a segurança é bem recebida pelo povo francês", disse o analista político Dominique Moisi.

O diretor da Ipsos, Pierre Giacometti, disse que Sarkozy tem um alto nível de apoio entre os eleitores de extrema direita, sugerindo que sua estratégia de campanha de tomar votos do líder da extrema direita Jean-Marie Lepen está começando a dar resultados.

A pesquisa não deve ser bem recebida por jovens nos subúrbios, que afirmam que o duro tratamento é uma das razões da violência, que começou depois das mortes acidentais de dois jovens eletrocutados quando supostamente fugiam da polícia.

"Sarkozy tem que renunciar", disse Bakary Toure, de 18 anos, na região de La Courneuve, nos arredores de Paris.





Fonte: Reuters

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