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Internacional
Quarta - 16 de Novembro de 2005 às 18:04

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A Espanha e a França protagonizaram o primeiro evento de comemoração do 50º aniversário da Independência do Marrocos, em um ato celebrado hoje em Rabat sob o comando do rei Muhammad IV.

O presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e o primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, estiveram ao lado do monarca marroquino durante a cerimônia oficial realizada próximo ao mausoléu onde estão enterrados o rei Mohammed V, considerado o "pai da Nação", e seu filho Hassan II.

Também participaram da comemoração, nas escadas de acesso ao mausoléu, o irmão do rei Muhammad IV, o príncipe Mulay Rachid, o primeiro-ministro marroquino, Dris Yetu, e os representantes dos presidentes do Senegal e de Madagascar.

Assistiram à cerimônia os membros da Família Real e do Governo marroquino, representantes do corpo diplomático no Marrocos e autoridades civis e militares do país.

A esposa do rei Muhammad IV, a princesa Lalla Salma, entrou na esplanada do mausoléu carregando nos braços o príncipe herdeiro do trono, Mulay Hasan.

Outra presença importante no ato foi do primo do rei Muhammad IV, o príncipe Mulay Hicham, chamado de "príncipe vermelho" por causa de suas posições críticas ao regime do atual monarca.

O distanciamento entre os dois primos era notório há vários anos, e a presença do príncipe na cerimônia de hoje foi uma surpresa para a maioria dos presentes.

Após visitar rapidamente o mausoléu junto com seus convidados de honra, o rei Muhammad IV fez um discurso no qual saudou os que chamou de "grandes amigos", os reis da Espanha Juan Carlos e Sófia.

Muhammad IV também lembrou o presidente francês, Jacques Chirac, e sua esposa, Bernadette, que esteve presente na cerimônia, e disse que o Marrocos quer "reafirmar sua vontade sólida" de afiançar as bases de sua relação com a Espanha e com a França.

Em seguida, o primeiro-ministro espanhol tomou a palavra e destacou que a Espanha apóia a democracia e as liberdades no Marrocos e suas aspirações "legítimas" de reforçar suas relações com a União Européia (UE).

O chefe do Governo espanhol, que viajou para Rabat acompanhado de sua esposa, Sonsoles Espinosa, ressaltou que o ato de hoje permitia constatar o "intenso e frutífero" caminho percorrido pelo Marrocos sob a liderança de Mohammed V, Hassan II e Muhammad IV. Além disso, ressaltou o "presente dinâmico" e o "futuro promissor" do país.

De acordo com Zapatero, embora haja grandes desafios e dificuldades, o Marrocos está se integrando rapidamente no mundo globalizado, tem um papel cada vez mais relevante nos foros internacionais e enfrenta as mudanças com confiança.

Para Zapatero, "o acerto na orientação" do Governo marroquino sob o comando de Muhammad IV, apoiado no desejo do povo de prosperar em liberdade, "é a chave para permitir que o país supere todos os obstáculos".

Já Dominique de Villepin disse que o Marrocos pode contar com a "amizade e a fidelidade" da França para enfrentar "grandes desafios", entre os quais citou o terrorismo internacional, o tráfico de drogas e a imigração ilegal.

Após a cerimônia, Zapatero, Villepin e os outros convidados de honra participaram de um almoço que a Família Real marroquina ofereceu na residência do rei Muhammad IV, em Rabat.

Apesar de os 50 anos da Independência só se completarem no dia 2 de março de 2006, as primeiras comemorações oficiais começaram hoje e se prolongarão até a próxima sexta-feira, durante três dias em que foi declarado feriado no Marrocos.

A comemoração dos 50 anos de Independência começou hoje porque, no dia 16 de novembro de 1955, aconteceu a volta triunfal ao Marrocos do então sultão Mohammed V, avô do atual monarca, após um exílio de 27 meses na Córsega e em Madagascar.

Dois dias depois, no dia 18 de novembro, Mohammed V dirigiu um discurso à nação no qual anunciou o final do "regime de tutela e de protetorado" e proclamou o início de "uma era de liberdade e de independência".

No dia 2 de março de 1956, foi divulgada uma declaração conjunta franco-marroquina que confirmava o reconhecimento da Independência do Marrocos e o fim do Protetorado francês.





Fonte: EFE

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