Pinochet fingiu demência para evitar processo, diz perícia

Santiago - O ex-ditador chileno Augusto Pinochet está mentalmente apto a ser julgado, concluíram os peritos que o examinaram dentro do caso conhecido como "Operação Colombo". Os exames médicos em Pinochet foram ordenados pela Corte Suprema a fim de determinar se o ex-ditador (1973-1990) está em condições de ser submetido a um processo. Nos resultados, os seis peritos que realizaram diversos testes no ex-governante concluíram que ele fingiu e dissimulou sintomas, para exagerar sua doença.

Segundo os relatórios de perícia, o ex-governante de 89 anos está em condições psiquiátricas de enfrentar um julgamento. "Os exames concluíram que Pinochet, do ponto de vista psiquiátrico é uma pessoa normal, que pode dar respostas, sem problemas por ter afecções de caráter neurológico", disse o advogado de acusação, Hernán Quezada, após revisar os relatórios.

O advogado explicou que os especialistas detectaram que Pinochet tem certo grau de perda de memória, mas que isso não significa um transtorno mental. De acordo com a perícia, os problemas neurológicos do militar em nenhum caso implicariam demência ou loucura que o impeçam de enfrentar um processo judicial.

"Os peritos concordam que em todos os exames houve por parte de Pinochet uma ´sobressimulação´ para tentar fazer parecer mais graves os sintomas da doença neurológica que o afeta", explicou Quezada.