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Internacional
Terça - 15 de Novembro de 2005 às 02:52

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Buenos Aires - Por 30 votos a 7, com 6 abstenções, a Câmara municipal de Buenos Aires afastou do cargo por, pelo menos, quatro meses, o prefeito de Buenos Aires, Aníbal Ibarra, e decidiu abrir um processo de impeachment por seu desempenho, considerado péssimo, no incêndio da discoteca Cromañon, em 2004, na qual morreram 194 pessoas, a maioria jovens.

Ibarra não receberá salário durante o período de afastamento, que servirá para que se defenda das acusações e se apresente para o julgamento político com fins de cassação, informou o presidente da Câmara Municipal, Santiago de Estrada.

Os familiares das vítimas do incêndio, reunidos nos arredores da sede do Legislativo municipal e rodeados por dezenas de policiais, comemoraram a abertura do processo de impeachment de Ibarra, a quem responsabilizam pela tragédia.

O pedido de processo foi impulsionado, principalmente, pelos legisladores do Compromisso para a Mudança, força política de centro-direita liderada pelo empresário Mauricio Macri. Ibarra acusou o movimento "oportunismo" e "revanche política".

Ibarra pertence à Frente Grande, de centro-esquerda, que apoiou a candidatura do atual presidente da Argentina, Néstor Kirchner, nas eleições presidenciais de 2003.

O julgamento político de Ibarra foi pedido em julho por uma comissão da Assembléia Legislativa, que acusou o prefeito de "mau desempenho de suas funções".

Ibarra, que ocupa a prefeitura da capital argentina desde dezembro de 1999, alegou que a comissão investigadora falsificou provas e manipulou testemunhas para acusá-lo. Enquanto durar o processo, o atual vice-prefeito de Buenos Aires, Jorge Telerman, assumirá o lugar de Ibarra.

Tragédia - O incêndio na casa noturna República Cromañon ocorreu na noite de 30 de dezembro de 2004, quando algumas pessoas que assistiam ao show de rock do grupo Callejeros lançaram fogos de artifício em direção ao teto do local, coberto de pano.

No momento do acidente, o local estava superlotado. O local ainda tinha o alvará municipal vencido, necessitava de medidas básicas de segurança e tinha as saídas de emergência bloqueadas.

Ainda estão sendo processadas outras 25 pessoas, dentre as quais o dono do estabelecimento, Omar Chabán, os membros do grupo Callejeros, funcionários do governo da cidade e policiais.




Fonte: EFE

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