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Internacional
Segunda - 14 de Novembro de 2005 às 21:14

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Berlim 14 nov (EFE).- A coalizão de Governo entre conservadores e social-democratas alemães foi aprovada hoje pelas bases dos partidos, já que os líderes explicaram que não há alternativa e apelaram para o senso de responsabilidade dos militantes. A União Democrata-Cristã e a União Social Cristã que formam o bloco conservador (CDU/CSU), assim como o Partido Social-Democrata (SPD) realizaram, quase em paralelo, congressos em que, em menos de cinco horas, foi apresentado, debatido e aprovado o programa de Governo decidido pelos líderes.

Apesar das muitas críticas feitas ao programa pelo aumento do imposto e os compromissos contraídos, as bases da CDU, da CSU e do SPD o aprovaram com grande maioria; no caso da CSU não houve nem voto contra, nem abstenção.

A primeira que aprovou a grande coalizão entre ambas as formações adversas foi a CDU, que celebrou na sede do partido em Berlim um congresso reduzido (116 delegados) só para votar o acordo, que resultou aprovado com três votos contra e uma abstenção.

Antes, a presidente do partido e provável futura chanceler, Angela Merkel, defendeu o acordo dizendo que "não é o fim, é o princípio" e pediu aos críticos, sobretudo do mundo empresarial, que dêem ao novo Governo "uma oportunidade de fazer algo antes de condená-lo".

Ela garantiu que a CDU não se contradisse no que defendeu durante a campanha eleitoral, mas explicou os compromissos alegando que "a política é a arte do possível" e a situação orçamentária não se podia evitar.

No debate houve alguma crítica isolada, como a do representante das Pequenas e médias empresas, Josef Schlarmann, para quem é um erro grave sanear as finanças subindo as arrecadações, mas a maioria opinou, como o primeiro-ministro de Hessen, Roland Koch, que "é preciso deixar de sofrer e começar a trabalhar".

Em Karlsruhe, as bases social-democratas -reunidas em um congresso onde também elegerão nova direção- acabaram dando um respaldo afligido a um acordo de coalizão que, no início, ninguém queria, como reconheceram os líderes do partido que deixam e tomam o poder, Franz Müntefering e Matthias Platzeck.

Dos 500 representantes só 15 acabaram votando contra e cinco se abstiveram, uma percentagem (97%) similar à da CDU.

Tanto o chanceler em fim de mandato Gerhard Schröder como o presidente em fim de mandato do partido tinham feito previamente uma defesa dos compromissos atingidos e assegurado que o acordo leva também um claro selo social-democrata.

Müntefering, que será vice-chanceler no Governo de Angela Merkel e recebeu para isso o apoio quase unânime dos representantes, citou como exemplo que o partido conseguiu se impor no debate sobre o calendário para o abandono da energia nuclear, pactuado pelo Governo Schröder, e que a CDU queria atrasar.

Schröder reconheceu que a coalizão com os democratas-cristãos não reflete necessariamente o modelo social defendido por seu partido, mas ressaltou que oferece a oportunidade de que a Alemanha saia do bloqueio, acarretado nos últimos anos, pela diferença de maiorias nas duas câmaras legislativas.

Entre as poucas vozes que criticaram medidas inicialmente tão polêmicas como o aumento do IVA, figurou a do "enfant terrible" do grupo parlamentar, Ottmar Schreiner, quem há alguns meses cogitou abandonar o SPD como outros dissidentes que se somaram ao partido de esquerda co-fundado por Oskar Lafontaine.

No entanto, decidiu ficar para seguir representando a consciência de esquerda, algo que voltou a demonstrar hoje ao fazer uma análise nefasta do acordo.

Schreiner criticou a alta do IVA e os cortes dos direitos trabalhistas e qualificou de "ilusório" pensar que a redução dos custos não salariais do trabalho, que será financiado em parte pela alta do IVA, levará a uma maior contratação pois os consórcios "aumentam seus benefícios desmantelando emprego".

Em Munique, a CSU aprovou por unanimidade o acordo em um congresso que serviu também para que o líder do partido, Edmund Stoiber, desse explicações sobre por que renunciou a fazer parte da coalizão de Governo que agora defende.

Com a aprovação nos congressos, a eleição de Merkel como chanceler e a formação do novo Governo parece assegurada, embora os três partidos de oposição, Liberais, Verdes e Partido da Esquerda, estudem a possibilidade de apresentar uma ação contra o programa de Governo porque prevê um orçamento anti-constitucional. EFE cbm ca





Fonte: EFE

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