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Internacional
Segunda - 14 de Novembro de 2005 às 19:25
Por: James Mackenzie e Erik Kirschb

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Os maiores partidos políticos da Alemanha aprovaram com folga, nesta segunda-feira, acordo para formar uma coalizão, removendo assim o último grande obstáculo ao governo a ser liderado pela política conservadora Angela Merkel.

Em assembléias realizadas em separado, a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, seu partido-irmão da Baviera, a União Social Cristã (CSU), e seus tradicionais adversários do Partido Social Democrata (SPD) aprovaram o pacto que cria o primeiro governo de "grande coalizão" da Alemanha desde os anos 60.

Alguns ainda duvidam que o gabinete misto consiga ficar no poder por muito tempo.

"Esse é o ponto de partida de uma jornada a ser feita ao lado de um parceiro com o qual lutamos de forma acirrada há 40 anos", disse Merkel aos membros da CDU em Berlim. "O sucesso da grande coalizão será medido pelas condições de vida da população", acrescentou.

Depois de um mês de negociações duras, os três partidos anunciaram na sexta-feira que haviam selado um acordo, colocando fim a quase dois meses de um impasse criado pela inconclusiva eleição de 18 de setembro.

O acordo prevê o fortalecimento imediata e expressivo do Orçamento alemão em 2007, com base na elevação do imposto que incide sobre a venda de produtos. A medida foi criticada pelo setor industrial, para quem a nova taxa prejudicará o consumo.

Também surgiram críticas de dentro dos partidos da coalizão, particularmente de alguns conservadores que acusam Merkel de ter feitos concessões demais ao SPD a fim de ocupar o cargo de chanceler.

Apesar de ela ter cedido pouco a respeito da diminuição das medidas de proteção aos trabalhadores e no corte de gastos com a folha de pagamento, a CDU/CSU teve de engolir um aumento dos impostos para os que ganham mais e viu-se obrigada a abandonar suas esperanças de reformar as regras de negociação salarial.

Os insatisfeitos, porém, não conseguiram atrapalhar o processo de aprovação do acordo, e apenas uma pequena parte dos delegados dos três partidos votou contra o pacto ou absteve-se.

Merkel ainda precisa ser eleita chanceler no dia 22, na Câmara Baixa do Parlamento, mas essa votação é considerada uma formalidade.

A líder da CDU assume o comando de um governo de coalizão frágil e difícil de ser manobrado. Segundo uma pesquisa de opinião divulgada no final de semana pela revista Der Spiegel, a maior parte dos alemães não acredita que o novo governo conseguirá chegar ao fim de seus quatro anos de mandato.

(Reportagem adicional de Patricia Gugau e Georgina Prodhan, em Frankfurt; Michael Able, em Munique; Claudia Kade, em Berlim; Markus Krah e Guido Bohsem, em Karlsruhe)





Fonte: Reuters

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