Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 18 de Dezembro de 2012 às 15:55

    Imprimir


O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou 13 envolvidos acusados de receptação de bens públicos furtados do acervo do Arquivo Nacional, do Itamaraty, da Fundação Biblioteca Nacional e do Arquivo da Cidade. O grupo estava envolvido no chamado "Leilão Colecionismo", que seria realizado no dia 18 de maio de 2006 na rua Frei Caneca, no centro do Rio, com peças do acervo das instituições. A denúncia sobre a ilegalidade do leilão foi feita por funcionários do Arquivo Nacional e do Itamaraty.

Dos 13 denunciados pelo MPF, 11 eram os falsos "proprietários" dos bens a serem leiloados e dois praticavam a atividade comercial. Durante a investigação, o MPF concluiu que os dois comerciantes sabiam que as peças apreendidas eram oriundas de crime, uma vez que possuíam experiência no ramo e, caso tivessem dúvida quanto à legalidade dos objetos, deveriam não ter aceitado expor à venda o material. As penas podem chegar a até quatro anos de prisão para os 11 que diziam ser os "donos" das obras públicas, além de multa, enquanto os dois comerciantes podem ser condenados a até 8 anos de reclusão.

Segundo o MPF, no decorrer do inquérito, diversas diligências foram realizadas para identificar a procedência das peças apreendidas do leilão. Ofícios foram encaminhados às instituições públicas questionando se, dentre as peças apreendidas, alguma pertencia a seus acervos.

Conforme o MPF, algumas obras conseguiram ser identificadas, enquanto outras não tiveram sua procedência confirmada por terem sofrido lavagens e desfolhamentos. De acordo com o órgão, ficou claro que os autores dos furtos ocultaram com facilidade a identificação das peças, prejudicando, em parte, a investigação.

Valor histórico
Dentre os bens públicos apreendidos, havia fotografias que retratavam momentos históricos (sendo diversas pertencentes ao acervo de Marc Ferrez e Augusto Malta), documentos públicos firmados por autoridades, como o Barão de Rio do Branco, postais fotográficos e livros dos séculos XVI e XVIII. Segundo a denúncia, os investigados sabiam do valor histórico das peças e, buscando obter lucro, compravam-nas com a intenção de vendê-las, mesmo sabendo que eram produto de crime.

Os furtos dos bens públicos foram praticados entre 2003 e 2006 nas instituições de memória da cidade do Rio de Janeiro, como a Biblioteca Nacional, o Arquivo Nacional e o Itamaraty, representando um desfalque de inúmeras fotografias de cenas belíssimas e raras do Brasil. Os crimes foram amplamente divulgados pela mídia na época dos fatos.

"Infelizmente, o Brasil ainda figura na lista dos dez países que apresentam os maiores roubos de obras culturais no mundo. Os bens públicos pertencentes ao patrimônio histórico e cultural servem de registros documentais que contribuem significativamente para a reconstrução da história política, social, cultural, arquitetônica e artística do País", disse o procurador da República José Guilherme Ferraz, responsável pela denúncia.





Fonte: Terra

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/33615/visualizar/