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Raul Gil troca Record pela Band mas não inova
A estréia de Raul Gil na Band, no último domingo, não poderia ter sido mais épica. Depois de agradecer à direção da emissora pela acolhida carinhosa, ajoelhou-se e beijou aquele que considera o "altar" de sua profissão: o palco.
Não satisfeito em imitar o gesto que popularizou o Papa João Paulo II em suas visitas pastorais, o apresentador foi além. Prometeu "milagres" num dos horários mais concorridos da tevê brasileira.
Mas a audiência do Programa Raul Gil foi bem, mas ainda longe de ser milagrosa. Num horário que a emissora arrebanha normalmente 3 pontos, Raul Gil conseguiu média de 6 pontos.
Mesmo assim, é metade do que conseguia com seu programa aos sábados na Record. Mas a Band não tem do que reclamar. A emissora empatou com a Record no terceiro lugar do "ranking", atrás da Globo, que teve 26 pontos, e do SBT, que conseguiu 10 pontos no mesmo horário.
Em relação ao conteúdo, o programa de Raul Gil mudou apenas de emissora. E de dia da semana. No mais, o seu programa na Band não tem absolutamente nada de novo. Até a dupla de dançarinos, Carlos e Eliane, é a mesma da Record. Isso sem falar nos calouros, nos jurados, nos quadros, nos anunciantes, etc.
Famoso pelo refrão "Olelê, olalá, espere um pouquinho, vamos faturar", Raul Gil não está se referindo apenas ao intervalo comercial. A exemplo de outros programas do gênero, o Programa Raul Gil também está congestionado de inserções publicitárias.
De purificador de água a xampu e condicionador, de programa de emagrecimento à máquina digital de fotografia. O mais curioso é que, em alguns casos, até os produtos anunciados e os seus respectivos "garotos-propagandas" são os mesmos de outras emissoras. Uma mesmice.
Mas, se o Programa Raul Gil é pródigo em anúncios, o mesmo não se pode dizer dos quadros propriamente ditos. Em cinco horas de programa, exibiu apenas três: Eu e as Crianças, Jovens Talentos e Pra Quem Você Tira o Chapéu?. Conclusão: por mais interessante que possa ser ¿ o que não chega a ser o caso ¿ logo torna-se excessivamente longo e maçante.
Há de se ressaltar, porém, a merecida homenagem prestada à Jovem Guarda. Alguns de seus membros mais famosos, como Erasmo Carlos, Wanderléa e Jerry Adriani, chamaram ao palco os integrantes do quadro Jovens Talentos para receberem o disco de ouro pelas 60 mil cópias do CD 40 anos de Jovem Guarda.
Nesse momento, porém, o inevitável aconteceu: cada criança que recebia seu exemplar dourado sentia-se no direito de agradecer a Deus e ao mundo pela proeza. Dispensável.
O momento mais interessante do programa, no entanto, ainda estava por vir. Como não poderia deixar de ser, Raul Gil convidou um integrante do plantel da Band para participar do quadro Pra Quem Você Tira o Chapéu?. A princípio, um dos mais indicados seria José Luiz Datena, famoso por suas colocações sempre polêmicas e contundentes.
Mas, não: o escolhido foi Carlos Nascimento, o âncora do Jornal da Band. A cada intervalo comercial, sempre que precisava anunciar o convidado do quadro, Raul Gil adicionava um novo adjetivo ao nome de Nascimento.
Assim, ele se tornou um dos mais honestos, corretos, respeitados, entre outros, do telejornalismo brasileiro. Uma rasgação de seda sem fim. Mas, na hora de dizer a que veio, até que Nascimento revelou-se uma grata surpresa.
Discreto e simpático, mostrou-se corajoso, por exemplo, ao tirar o chapéu para Ana Paula Padrão, do SBT, concorrente direta do Jornal da Band. "Minha equipe vai ficar com bronca de mim, mas a Ana Paula merece todo o respeito e admiração", derreteu-se.
Mas, ao contrário de Carlos Nascimento, o "novo" Programa Raul Gil não surpreendeu. Pelo contrário. Desapontou. Na coletiva do programa, o apresentador recorreu ao batido argumento futebolístico do "Em time que está ganhando não se mexe" para explicar a falta de ousadia.
O que Raul Gil parece desconhecer é que, se tivesse realmente ganhando, o time não seria dispensado pela Record. E principalmente: em time que está ganhando é preciso mexer, sim, até mesmo para continuar ganhando. Caso contrário, só mesmo um milagre para tirá-lo das últimas posições do campeonato.
Não satisfeito em imitar o gesto que popularizou o Papa João Paulo II em suas visitas pastorais, o apresentador foi além. Prometeu "milagres" num dos horários mais concorridos da tevê brasileira.
Mas a audiência do Programa Raul Gil foi bem, mas ainda longe de ser milagrosa. Num horário que a emissora arrebanha normalmente 3 pontos, Raul Gil conseguiu média de 6 pontos.
Mesmo assim, é metade do que conseguia com seu programa aos sábados na Record. Mas a Band não tem do que reclamar. A emissora empatou com a Record no terceiro lugar do "ranking", atrás da Globo, que teve 26 pontos, e do SBT, que conseguiu 10 pontos no mesmo horário.
Em relação ao conteúdo, o programa de Raul Gil mudou apenas de emissora. E de dia da semana. No mais, o seu programa na Band não tem absolutamente nada de novo. Até a dupla de dançarinos, Carlos e Eliane, é a mesma da Record. Isso sem falar nos calouros, nos jurados, nos quadros, nos anunciantes, etc.
Famoso pelo refrão "Olelê, olalá, espere um pouquinho, vamos faturar", Raul Gil não está se referindo apenas ao intervalo comercial. A exemplo de outros programas do gênero, o Programa Raul Gil também está congestionado de inserções publicitárias.
De purificador de água a xampu e condicionador, de programa de emagrecimento à máquina digital de fotografia. O mais curioso é que, em alguns casos, até os produtos anunciados e os seus respectivos "garotos-propagandas" são os mesmos de outras emissoras. Uma mesmice.
Mas, se o Programa Raul Gil é pródigo em anúncios, o mesmo não se pode dizer dos quadros propriamente ditos. Em cinco horas de programa, exibiu apenas três: Eu e as Crianças, Jovens Talentos e Pra Quem Você Tira o Chapéu?. Conclusão: por mais interessante que possa ser ¿ o que não chega a ser o caso ¿ logo torna-se excessivamente longo e maçante.
Há de se ressaltar, porém, a merecida homenagem prestada à Jovem Guarda. Alguns de seus membros mais famosos, como Erasmo Carlos, Wanderléa e Jerry Adriani, chamaram ao palco os integrantes do quadro Jovens Talentos para receberem o disco de ouro pelas 60 mil cópias do CD 40 anos de Jovem Guarda.
Nesse momento, porém, o inevitável aconteceu: cada criança que recebia seu exemplar dourado sentia-se no direito de agradecer a Deus e ao mundo pela proeza. Dispensável.
O momento mais interessante do programa, no entanto, ainda estava por vir. Como não poderia deixar de ser, Raul Gil convidou um integrante do plantel da Band para participar do quadro Pra Quem Você Tira o Chapéu?. A princípio, um dos mais indicados seria José Luiz Datena, famoso por suas colocações sempre polêmicas e contundentes.
Mas, não: o escolhido foi Carlos Nascimento, o âncora do Jornal da Band. A cada intervalo comercial, sempre que precisava anunciar o convidado do quadro, Raul Gil adicionava um novo adjetivo ao nome de Nascimento.
Assim, ele se tornou um dos mais honestos, corretos, respeitados, entre outros, do telejornalismo brasileiro. Uma rasgação de seda sem fim. Mas, na hora de dizer a que veio, até que Nascimento revelou-se uma grata surpresa.
Discreto e simpático, mostrou-se corajoso, por exemplo, ao tirar o chapéu para Ana Paula Padrão, do SBT, concorrente direta do Jornal da Band. "Minha equipe vai ficar com bronca de mim, mas a Ana Paula merece todo o respeito e admiração", derreteu-se.
Mas, ao contrário de Carlos Nascimento, o "novo" Programa Raul Gil não surpreendeu. Pelo contrário. Desapontou. Na coletiva do programa, o apresentador recorreu ao batido argumento futebolístico do "Em time que está ganhando não se mexe" para explicar a falta de ousadia.
O que Raul Gil parece desconhecer é que, se tivesse realmente ganhando, o time não seria dispensado pela Record. E principalmente: em time que está ganhando é preciso mexer, sim, até mesmo para continuar ganhando. Caso contrário, só mesmo um milagre para tirá-lo das últimas posições do campeonato.
Fonte:
TV Press!
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/336160/visualizar/
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