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Nacional
Domingo - 13 de Novembro de 2005 às 15:41

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As investigações sobre o valerioduto da CPI dos Correios esbarram em 21 remessas do Trade Link Bank, um off-shore com sede nas Ilhas Cayman, destinadas ao ministro das Finanças da Angola, José Pedro de Morais Júnior, e ao presidente do Banco Nacional (o Banco Central angolano), Amadeu de Jeses Castelhano Maurício. Eles são dois dos principais integrantes da equipe econômica do presidente daquele país, José Eduardo Santos. Foram enviados para contas de ambos cerca de US$ 2,7 milhões entre 2003 e hoje, de acordo com o jornal O Globo. As autoridades não foram encontradas para comentar o assunto.

O Trade Link Bank, segundo o jornal fluminense, possui estreitas ligações com o Banco Rural, um dos principais alvos das investigações sobre o esquema do "mensalão", supostamente comandado pelo empresário Marcos Valério e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

A constatação, no entanto, não representa que o valerioduto enviou dinheiro para Angola. O que os investigadores suspeitam é que a quantia enviada "apenas pegou carona" no mesmo esquema de movimentação de recursos liderado por Valério, afirma o jornal fluminense. As remessas aproveitariam a maré de investimentos internacionais despejados nas obras de reconstrução do país, após 30 anos de guerra.

Supostos vínculos de empresas brasileiras, beneficiárias de contratos milionários em Angola, com os políticos daquele país, também estão sendo apurados em sigilo pela CPI. O responsável pela autorização das transferências de recursos ainda está sendo procurado. Outro objetivo dos investigadores é saber por que o esquema recorreu a uma off-shore com sede em um paraíso fiscal.

O Trade e o Rural, segundo O Globo, são dois dos principais alvos de uma força-tarefa do Ministério Público Federal, da Polícia Federal paranaense, da CPI dos Correios e da Promotoria Pública de Nova York, nos Estados Unidos. As investigações começaram em 1996, no início do caso Banestado. Recentemente, a CPI dos Correios descobriu que Marcos Valério usou a empresa de off-shore para fazer 11 remessas de cerca de US$ 900 mil para a conta Dusseldorf, do publicitário Duda Mendonça.




Fonte: Terra

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