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Internacional
Domingo - 13 de Novembro de 2005 às 13:08

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George W. Bush esgotou seu capital político em menos de dez meses de seu segundo mandato na Presidência, e os resultados das eleições estaduais e locais desta semana indicam que também atrapalhou os políticos republicanos, afirmam especialistas. "Nos mata, Bush nos está matando", disse o republicano David Albo, que a duras penas venceu o desafiante democrata para representar o condado de Fairfax, no estado da Virgínia.

"A queda de sua popularidade arrastou nossas candidaturas", acrescentou Albo ao se referir à derrota de Jerry Kilgore, o candidato republicano a governador da Virgínia. "Não há outra forma de explicar." Bush, reeleito há apenas um ano com sete milhões de votos a mais que os obtidos nas eleições de 2000, "prometeu que usaria com energia seu capital político para promover projetos importantes, como a reforma da Previdência Social", lembrou à EFE John Fortier, um consultor do Instituto Empresarial Americano para Pesquisa de Política Pública.

"Mas esse capital se esgotou muito rapidamente", acrescentou. "A reforma da Previdência Social ficou esquecida, a guerra no Iraque é cada vez menos popular, e o presidente ficou desamparado frente à rebelião dos republicanos conservadores quando indicou a advogada da Casa Blanca Harriet Miers como nova juíza na Corte Suprema".

De fato, várias pesquisas divulgadas nas últimas três semanas mostram que a popularidade de Bush caiu para menos de 40%, o nível mais baixo desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2001. O índice também ficou bem longe dos 85% de apoio que o presidente conquistou no impulso patriótico após os ataques terroristas de setembro de 2001.

As sondagens mostram também que mais de 62% dos cidadãos têm uma opinião negativa sobre a gestão de Bush. O mais grave é que, de acordo com uma pesquisa do jornal The Washington Post e da rede de de televisão ABC, agora quase 60% dos cidadãos questionam a honestidade e a integridade pessoal de Bush.

Na Virgínia, estado tradicionalmente republicano mas que teve em Mark Warner um bem-sucedido governador democrata (e possível candidato à Presidente em 2008), a vitória do vice-governador democrata Tim Kaine surpreendeu os analistas porque se estendeu além dos condados do norte, que têm renda mais alta.

Scott Rasmussen, presidente do instituto de opinião pública Rasmussen Reports, com escritório em Nova Jersey, disse que os eleitores que decidiram seu voto no último momento - aproximadamente 12% dos eleitores - favoreceram Kaine sobre Kilgore em cerca de 15 pontos percentuais.

Muitos analistas concordam que a presença de Bush na segunda-feira, a noite antes da eleição, em um ato de apoio a Kilgore em Richmond, encorajou os republicanos mas estimulou também democratas e independentes que, até então, estavam apáticos. No estado de Nova Jersey, o senador democrata Jon Corzine venceu com 10 pontos de vantagem sobre o republicano Doug Forrester.

Os eleitores da Califórnia rejeitaram de maneira estrondosa, em plebiscito, quatro propostas do governador republicano Arnold Schwarzenegger.

Diante dos problemas, segundo o colunista conservador Robert Novak, "o antídoto para os republicanos é manterem-se tão longe quanto for possível do presidente Bush".

"As conseqüências podem ser profundas", acrescentou Novak em artigo publicado no jornal The Washington Post. "Como o índice de aprovação do presidente caiu, o Congresso o trata cada vez mais como um perdedor, um presidente na última fase de seu mandato." Mas restam a Bush mais de três anos na Casa Branca. A perspectiva preocupa os políticos republicanos que, em um ano, enfrentarão as eleições para a renovação de toda a Câmara de Representantes e de um terço do Senado, mais Governos de estados e prefeituras em dezenas de cidades.




Fonte: EFE

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