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Esportes
Domingo - 13 de Novembro de 2005 às 10:23
Por: Allen Chahad/Eduardo Aguillar

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Conquistar um título mundial é uma tarefa para um grupo seleto de atletas. Sete vezes, então, faz o competidor alcançar o status de lenda. A temporada de 2005 viu três esportistas de diferentes modalidades individuais chegarem ao heptacampeonato. O surfista norte-americano Kelly Slater, o ciclista Lance Armstrong, também nascido nos EUA, e o piloto de MotoGP italiano Valentino Rossi mostraram porque fizeram de seus nomes referências nos últimos anos.



Slater conquistou o sétimo título do WCT, primeira divisão do surfe mundial, diante da torcida brasileira. O norte-americano, eliminado nas oitavas-de-final da etapa de Santa Catarina, sagrou-se campeão graças à eliminação do havaiano Andy Irons, seu concorrente direto.

O heptacampeão revolucionou a maneira como o público vê atualmente o surfe. Foi o responsável pela introdução de manobras do skate, além dos grandes aéreos, contrastando com o elegante deslizar pelas ondas dos antigos surfistas.

Slater subiu sobre uma prancha pela primeira vez ainda quando era criança, perto de sua casa, na praia Cocoa, no Estado da Flórida. No início, o surfe serviu para Slater esquecer os problemas de sua casa, já que seu pai era alcoólatra. Mas a situação ficou ainda pior quando tinha 11 anos e seus pais se divorciaram.

A sua dedicação ao esporte foi recompensada pouco mais tarde, quando, ainda adolescente, já era conhecido como um dos melhores surfistas dos Estados Unidos. Aos 20, conquistou seu primeiro título mundial. O mais jovem a conseguir o feito foi também o mais velho ao faturar o heptacampeonato, aos 33 anos.

Com tanto sucesso, Slater enriqueceu com os prêmios do circuito mundial e com os contratos de patrocínio. Teve até a chance de se arriscar como cantor e ator.

Em julho, outro norte-americano que é sinônimo do esporte que pratica alcançou o heptacampeonato. O ciclista Lance Armstrong venceu a Volta da França, prova mais importante da modalidade, pela sétima vez consecutiva. Nestes anos, ele ajudou o ciclismo a passar de um esporte folclórico e tradicional para um que é moderno, profissional e global.

Armstrong começou sua carreira em Plano, no Estado do Texas, onde sua mãe Linda o patrocinava. Aos 13 anos, ele conquistou uma versão para crianças do Iron Man (maior prova de resistência do triatlo no mundo) e se tornou profissional apenas três anos mais tarde.

Perto de se formar no ensino médio, o norte-americano ingressou no projeto de desenvolvimento de atletas para a equipe olímpica de ciclismo, adotando definitivamente o esporte em sua carreira. Em 1996, aos 25 anos, já era o líder do ranking mundial de ciclismo.

Até que foi diagnosticado um câncer no testículo, quando a doença já estava em estado avançado e progredindo para os pulmões e o cérebro. Os médicos apontavam que Armstrong tinha apenas 50% de chances de se recuperar ao ser iniciado num agressivo tratamento quimioterápico.

Mesmo com o êxito de sua recuperação, o atleta estava assustado. Mas, atualmente, diz que foi "a melhor coisa que já aconteceu em sua vida", já que passou a se concentrar no ciclismo, além de se dedicar à Fundação Lance Armstrong, criada para ajudar pessoas com câncer de todo o mundo.

O ciclista lançou inclusive a campanha da venda de pulseiras amarelas com a inscrição "Live Strong" para arrecadar fundos. Atualmente a idéia de utilizar pulseiras para recolher donativos virou uma moda mundial.

O retorno às pistas como profissional aconteceu em 1998, quando abandonou a prova e fez com que fossem criadas dúvidas sobre a possibilidade de voltar a ser um atleta de alto nível. Mas, logo no ano seguinte, Armstrong abriu caminho para a incrível seqüência de sete vitórias consecutivas da Volta da França.

Quem também faz sucesso sobre duas rodas é Valentino Rossi. Dono de uma irreverência proporcional ao talento, o piloto conquistou, em 2005, seu sétimo título - quatro da MotoGP, um das 500cc, um das 250cc e outro das 125cc. Quando cruzou a linha de chegada do GP da Malásia, o italiano festejou o título ao lado de sete anões, cada um com camisas referentes aos anos em que foi campeão.

Rossi, 26 anos, seguiu os passos do pai, Graziano Rossi, piloto do motociclismo. Ao contrário do filho, o máximo que conseguiu foi o terceiro lugar em 1979, na categoria 250cc.

A precocidade do italiano é uma de suas principais características. Rossi foi o piloto mais jovem a conquistar o título das três categorias - 125cc, 250cc e 500cc. Desde que iniciou a carreira, ele não terminou a temporada como campeão em apenas três oportunidades, todas elas - 1996, 1998 e 2000 -, quando estreou nas categorias.

A mudança de regulamento em 2002 aumentou o domínio de Rossi. O italiano se adaptou à MotoGP, que, ao contrário das 500cc, permitia o uso de máquinas de dois ou quatro tempos, e estendeu sua série de conquistas. Desde a mudança, o italiano não foi mais vencido.

Nesta temporada, Rossi esteve a uma vitória de igualar o recorde do australiano Michael Doohan, que, em 97, venceu 12 provas em um mesmo campeonato.

O futuro de Rossi parece estar longe das motos. Após conquistar títulos e quebrar recordes, o italiano não descarta uma mudança para a Fórmula 1. A Ferrari, equipe na qual se consagrou o heptacampeão Michael Schumacher, seria o destino do italiano, que já fez diversos testes com a escuderia de Maranello. No entanto, o astro descartou a saída da MotoGP antes de 2007.




Fonte: Terra

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