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Internacional
Sábado - 12 de Novembro de 2005 às 20:44

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O ministro da Fazenda do Brasil, Antonio Palocci, está na corda bamba, atormentado por críticas às suas políticas conservadoras e por fortes suspeitas de corrupção. A situação de Palocci é tão delicada que sua saída já é comentada publicamente nos círculos econômicos e financeiros, que o têm defendido ardorosamente mas começam a examinar nomes de um possível substituto.

Às críticas por suas políticas econômicas, que a esquerda chama sem hesitar de "neoliberais", somaram-se agora sérias suspeitas de que Palocci se envolveu em corrupção quando foi prefeito de Ribeirão Preto (SP) entre 2001-2002 e de que houve tráfico de influência durante sua gestão ministerial.

Apesar de ser o "menino mimado" dos mercados financeiros, sua possível renúncia ou destituição não parece causar muitos temores.

Uma pesquisa do banco alemão Dresdner Kleinwort Wasserstein entre investidores de Nova York revelou que não interessam os nomes aos mercados, mas apenas a continuidade das políticas, que consideram assegurada pelo Governo do presidente Lula.

De acordo com a sondagem, divulgada hoje pelo jornal Correio Braziliense, os investidores estão convencidos de que não haverá mudanças caso Palocci saia e também que, após uma turbulência inicial, surgirão excelentes oportunidades de negócios.

Os analistas começaram a ver sinais "claros" sobre a iminente saída do ministro, que, na última semana, foi alvo de fortes críticas da poderosa ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, assim como do PT e do vice-presidente José Alencar.

Todos concordaram que é necessário reduzir a alta taxa de juros (18,5% ao ano) para que o país entre em um período de crescimento sustentado, mas Palocci recusa.

Além da economia e das suspeitas que vêm de Ribeirão Preto, Palocci foi envolvido indiretamente esta semana em denúncias de que dinheiro cubano teria supostamente alimentado a campanha que levou Lula ao poder em 2002.

Palocci era então coordenador da campanha de Lula e, segundo dois funcionários que trabalharam com ele em Ribeirão Preto, o ministro soube desse dinheiro e participou de uma rede fraudulenta para captar recursos para a campanha.

O ministro foi convocado a depor no Congresso sobre o andamento da economia e sobre as suspeitas. O depoimento foi marcado para o dia 23, mas fontes políticas afirmaram hoje que, até lá, Palocci "já não será ministro".

Fontes do PT consultadas pela EFE disseram que o próprio Lula já cogita nomes para substituir Palocci e confirmaram que, entre eles, está Murilo Portugal, atual vice-ministro que foi secretário do Tesouro no Governo de Fernando Henrique. "É um homem muito bem-visto nos mercados", disse à EFE um deputado petista.

Enquanto isso, o ministro permanece em silêncio. O Ministério da Fazenda confirmou que Palocci tirou "uns dias de descanso" e só retomará suas tarefas na próxima quarta-feira.

Em outras frentes da crise de corrupção, um ex-funcionário do Banco do Brasil confirmou à revista Época que empréstimos milionários feitos em duas instituições bancárias pelo PT foram fraudulentos.

Os empréstimos, alimentados com dinheiro de empresas públicas, foram usados para financiar a campanha das eleições municipais de 2004 e para pagar dívidas das eleições de 2002.

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato afirmou que as ordens para liberar o dinheiro partiram de Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Governo e homem muito próximo a Palocci.





Fonte: EFE

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