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Internacional
Sábado - 12 de Novembro de 2005 às 17:20

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Berlim 12 nov (EFE).- O programa de Governo apresentado hoje pelos conservadores da CDU/CSU e social-democratas alemães (SPD) causou decepção na classe empresarial e críticas dos partidos que exercerão a oposição no próximo período legislativo.

"A grande coalizão só é grande na elevação de impostos", declarou Guido Westerwelle, presidente dos liberais do FDP que, com 61 cadeiras das 614 do Bundestag (Câmara baixa do Parlamento), tornou-se o principal partido da oposição parlamentar.

O líder do Partido de Esquerda, Lothar Bisky, pronunciou-se em tom parecido ao resumir as medidas econômicas e tributárias anunciadas pela futura coalizão de Governo com a frase: "Os cidadãos comuns é que pagarão." O dirigente do Partido Verde, Fritz Kuhn, afirmou que a "grande coalizão só se destaca por sua desorientação", e chamou o programa de Governo resultante de quatro semanas de negociações de "versão encolhida dos programas dos grandes partidos".

Kuhn criticou praticamente todas as medidas anunciadas pelo novo Executivo e, em especial, a alta dos impostos indiretos. "A elevação dos impostos é uma injustiça em política econômica e uma capitulação na luta contra o desemprego", opinou.

O presidente da Confederação alemã de Câmaras de Indústria e Comércio, Ludwig Georg Braun, também recebeu com distanciamento o acordo de Governo entre a União Democrata-Cristã (CDU), a União Social-Cristã (CSU) e o Partido Social-Democrata (SPD).

"Muito poucas reformas e muitas elevações de impostos", disse Braun e defendeu que, para reativar a economia, é preciso reformas.

"No plano de Governo, não foram anunciadas as reformas necessárias no mercado de trabalho, no sistema de previdência social e no sistema tributário para empresas", acrescentou.

Braun considerou um passo errado a decisão do novo Executivo de aumentar de 16 para 19% o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), pois, no seu entendimento, a medida, unida ao fim dos subsídios, reduzirá o poder aquisitivo da população. "O empurrão de que a Alemanha precisa para a criação de emprego não se produziu", lamentou Braun.

O presidente da confederação de comércio exterior e por atacado, Anton Boerner, disse que "a grande coalizão não gerou, por enquanto, grandes propostas ao comércio", e também não "traz novos ares de mudança, novos investimentos, novos postos de trabalho".

"O Estado enfiará, até o fundo, a mão nos bolsos dos cidadãos e das empresas, o que enfraquecerá ainda mais a conjuntura interna", disse Boerner. EFE ll tm/ta





Fonte: EFE

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