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Internacional
Sábado - 12 de Novembro de 2005 às 17:04

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Milhares de israelenses lembram hoje o décimo aniversário do assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, com uma manifestação na praça onde foi morto por um extremista judeu contrário às iniciativas de paz.

O ato que dará início às solenidades de memória, que irão até quarta-feira, foi convocado para 20h30 (16h30 de Brasília) na praça que se chamava Reis de Israel e que, desde o trágico 4 de novembro de 1995, chama-se Praça Yitzhak Rabin.

Ali, aos pés da escadaria que conduz à entrada da prefeitura de Tel Aviv, Rabin foi assassinado a tiros pelo estudante de direito Igal Amir, um militante da extrema direita que, com o magnicídio, buscava interromper o então incipiente processo de paz entre israelenses e palestinos.

Alguns analistas israelenses sustentam que, na prática, Amir conseguiu seu objetivo, pois a partir do magnicídio o processo de paz de Oslo começou a ser distorcido até seu total colapso, em 29 de setembro de 2000, quando eclodiu a sangrenta Intifada de Al-Aqsa.

Outros afirmam, no entanto, que não foi assim e que o legado de Rabin seguiu adiante com os mesmos obstáculos que ele teria tido de enfrentar se continuasse vivo.

De uma ou outra forma, a maioria dos israelenses ainda acha que o caminho de Oslo foi uma necessidade, e que Rabin fez o correto ao iniciá-lo, segundo pesquisa divulgada nos últimos dias.

No ato desta noite se espera a participação do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, que apadrinhou o processo de paz até os últimos dias de seu mandato, quando convocou israelenses e palestinos para a Cúpula de Camp David em 2000 e mais tarde na de Taba, em janeiro de 2001.

O ex-presidente, que deverá estar acompanhado de sua mulher, a senadora Hillary Clinton, será o convidado de honra da concentração, que começará com uma projeção do último discurso de Rabin.

O objetivo dos organizadores é reconstruir a cena daquele comício pela paz de 4 de novembro de 1995, que custou a vida do primeiro-ministro. Para tanto, convocaram os mesmos políticos e artistas que estiveram presentes então.

As únicas diferenças serão a presença dos Clinton e a do novo líder trabalhista, Amir Peretz, a quem a filha de Rabin, Dalia, pediu que fale aos participantes.

Após sua inesperada vitória na quarta-feira nas eleições primárias trabalhistas, nas quais derrotou o veterano Shimon Peres, o até agora líder sindicalista israelense visitou o túmulo do ex-primeiro-ministro e se comprometeu a levar adiante seu caminho da paz.

Os organizadores reconstruíram também o palco de 1995 e pediram à mesma artista que cantou com Rabin a "Canção da paz" (Shir Lashalom) que volte a fazê-lo hoje. Às 21.42 (17.42 de Brasília), momento do assassinato, soará na praça uma sirene em sinal de luto.

Os atos de memória incluem, além da já habitual manifestação da esquerda pacifista na praça onde foi assassinado - sempre convocada no sábado à noite -, a inauguração, na próxima terça-feira, do novo Centro Yitzhak Rabin, um ato especial de lembrança no Parlamento e uma cerimônia no Monte Herzl de Jerusalém, onde ele está enterrado.

As cerimônias foram convocados para o dia 14 porque o aniversário é lembrado em Israel segundo o calendário judaico.





Fonte: EFE

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