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Cidades/Geral
Sábado - 12 de Novembro de 2005 às 14:27

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Os problemas de saúde nas reservas indígenas de Mato Grosso, especialmente na região do Vale do Araguaia, continuam graves. Recentemente, nas aldeias Água Limpa e Pedra Grande, dos índios Xavantes, quatro crianças faleceram. A reserva está localizada no município de Santo Antônio do Leste. Elas tinham idade entre oito e quatro anos. A denúncia foi feita pelo cacique Gabriel Sarãnaté, na Ouvidoria Geral do Estado. “Isso reforça a nossa defesa em favor de uma ampla auditoria na Fundação Nacional da Saúde (Funasa)” – disse a presidente da Comissão de Direitos Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, Luciana Serafim de Oliveira.

No relato do líder indígena as quatro crianças morreram apresentando sintomas semelhantes de uma mesma doença, ou seja, vômito, febre, diarréia e tosse. Gabriel Sarãnaté disse que não havia xarope nem Vick. “Fica muito claro que muito pouca coisa mudou a respeito do at e! ndimento aos índios, que continuam morrendo, continuam enfrentando muitos problemas de saúde” – frisou a advogada, que prometeu encaminhar o documento para o Conselho Federal da OAB para que seja cobrada providências por parte da Presidência da República.

Gabriel Sarãnaté contou ainda na Ouvidoria do Estado que foi solicitada ao posto da Funasa na cidade de Campinápolis, via rádio, uma ambulância ou viatura para transportar uma mulher gravemente doente, após parto, mas o atendimento foi recusado. Acompanhado do prefeito Pedro Luiz Brunetta, de Santo Antônio do Leste, e da secretária de Saúde, Lenir de Fátima Azzoline, Gabriel denunciou que algumas crianças, acometidas de doenças, neuromusculares ou degenerativas, aparentemente, encontram-se “sem nenhuma assistência médica” nas aldeias onde ocorreram as mortes e também em Sete Rios e São Benedito.

A situação tende a se agravar. O líder indígena confirmou que as crianças indígenas não estão recebendo vacinas con t! ra doenças de alta proliferação, tais como varíola, febre amarela, poliomielite, BCG, tríplice, sarampo e a própria catapora. Crianças portadoras de catapora, por exemplo, recebem atendimento apenas por parte do município, quando o trabalho é de responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde.





Fonte: Jornal Mato Grosso do Norte

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