Annan defende reconciliação em visita surpresa ao Iraque

Ele fez os comentários após encontrar-se com o primeiro-ministro iraquiano, Ibrahim al-Jaafari, e outros líderes do país em Bagdá.

"A reconciliação é absolutamente essencial no Iraque", disse Annan.

Ele também apoiou um plano da Liga Árabe para promover a reconciliação no Iraque, começando com uma conferência no Cairo daqui a uma semana e culminando com uma grande reunião sobre a paz no próprio país em janeiro.

Ao mesmo tempo em que o secretário-geral da ONU estava em Bagdá, um carro-bomba explodiu perto de um movimentado mercado em uma região xiita da cidade, matando pelo menos quatro pessoas e ferindo outras 19.

Por sua vez, Jaafari disse que, caso seja confirmada, a morte de Izzat Ibrahim al-Douri, que foi o número dois do regime Saddam Hussein, é uma boa notícia para o Iraque e uma má notícia para os insurgentes em ação no país.

Mas ele não confirmou se Douri de fato morreu, conforme anunciado pelo partido Baath, que suportava o governo de Saddam, mas não confirmado por fontes independentes.

Objetivo

Um correspondente da BBC em Bagdá afirma que o objetivo de Annan com a visita era demonstrar apoio da comunidade internacional à realização de eleições gerais em dezembro, além de pedir à comunidade sunita iraquiana que participe do pleito.

Trata-se da primeira visita de Kofi Annan desde a queda do regime de Saddam Hussein, após a invasão liderada pelos Estados Unidos em abril de 2003.

Naquele mesmo ano, um violento atentado destruiu a sede da ONU em Bagdá e matou o representante da organização no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.

A chegada de Annan ao país aconteceu após Jaafari ter se encontrado com o ministro das Relações Exteriores britânico, Jack Straw, e com a secretária de Estado americana, Condoleeza Rice.

A Grã-Bretanha e os Estados Unidos são as principais forças estrangeiras a terem invadido o Iraque para derrubar Saddam Hussein e que ainda mantêm suas tropas no país.

Enquanto isso, a violência continua em ritmo intenso no Iraque: o ataque deste sábado foi o terceiro em três dias em Bagdá.