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Nacional
Sábado - 12 de Novembro de 2005 às 13:17
Por: Brás Henrique e Chico Siqueira

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Ribeirão Preto - A Polícia Civil de Ribeirão Preto afirma ter documentos que comprovam a participação do ministro da Fazenda e ex-prefeito do município, Antônio Palocci, em fraudes e superfaturamento no contrato de varrição de rua, prestado pela Leão Ambiental, do Grupo Leão Leão.

Além de Palocci, outras sete pessoas que ocuparam cargos na administração petista entre 2001 e 2004, também participaram do esquema, segundo o delegado seccional, Benedito Antônio Valencise, responsável pelo inquérito que apura corrupção e doações irregulares em duas campanhas eleitorais.

Ele afirmou ter documentos que incriminam Palocci e seu sucessor, Gilberto Maggioni (2003-2004), além dos seus ex-assessores Vladmir Poleto, Juscelino Dourado (ex-chefe de gabinete do Ministério da Fazenda), Ralf Barquete Santos (falecido) e Donizeti Rosa e sua mulher, Isabel Bordini. Outro implicado é o ex-chefe da Casa Civil de Maggioni, Nelson Collela.

Segundo o delegado, os depoimentos prestados por quatro testemunhas, cujos nomes são mantidos em sigilo, detalharam as fraudes nas medições de limpeza de rua com valores triplicados ou notas frias, conforme reportagem publicada pelo Estado no último domingo. "Para atingir o valor superfaturado, eram expedidas notas frias", explicou.

"As testemunhas desse novo inquérito são fidedignas, honestas", afirmou Valencise, sem revelar os nomes. "Vou ouvir outras testemunhas e não quero afugentá-las com a exposição pública", explicou.

O delegado disse que marcará os próximos depoimentos de testemunhas e investigados a partir de quarta-feira. Segundo ele, outras pessoas que eram ligadas à Leão Leão também estão envolvidas, entre elas, cinco ex-diretores.

Valencise disse ainda que outros nomes podem estar envolvidos no esquema fraudulento de superfaturamento durante as gestões petistas de Palocci e Maggioni, como Rogério Tadeu Buratti, ex-secretário de Governo de Palocci entre 1993 e 1994, havia denunciado em agosto.

Sobre a denúncia feita por Buratti de pagamentos de propinas a Palocci e Maggioni, no valor de R$ 50 mil mensais, o delegado informou que a investigação está caminhando para comprovar essa prática.

O ministro Antônio Palocci não foi localizado hoje em Ribeirão Preto, para onde teria viajado para descansar. Na sua casa, uma mulher que não quis se identificar disse que ele estaria em Brasília. A mãe de Palocci, Dona Antônia, esteve na casa do ministro e não deu declarações à imprensa.





Fonte: Agência Estado

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