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Belíssima estréia com ritmo acelerado e boas atuações
Com o toque inconfundível de Silvio de Abreu, ritmo acelerado na edição e boas atuações do elenco, Belíssima, nova trama da Globo, estreou bem na última segunda-feira. Na primeira prévia da audiência, medida na cidade de São Paulo, obteve média de 52 pontos no Ibope, dois a menos que o primeiro capítulo de América. No que cabe ao autor, estavam lá o núcleo paulistaníssimo de sempre, com o sotaque italiano e o clima de vila, bem como as referências a São Paulo. Nada de muito diferente.
O humor característico do autor também se desenhou logo na estréia - especialmente nos espertos diálogos entre os personagens Katina e Murat, de Irene Ravache e Lima Duarte.
O texto ágil e quase sempre preciso pecou, no entanto, na falta de verossimilhança na paixão-relâmpago entre Pedro e Vitória, de Henri Castelli e Cláudia Abreu. Afinal, um dândi rico e enfastiado cair de amores à primeira vista por uma menina de rua que vende drops em sinal de trânsito - ou melhor, farol - é absurdo até num folhetim.
Como a idéia em começo de novela é apresentar o máximo de fios da trama para puxar mais tarde, houve um certo exagero também na velocidade dos acontecimentos, que deixou algumas seqüências confusas. Como nas cenas inaugurais, de linguagem videoclipada, que mostrava a campanha de lançamento da nova coleção de langeries da grife Belíssima.
Por outro lado, o tema foi proprício para que a diretora Denise Saraceni abusasse da exposição de belos corpos, tanto de modelos quanto de atores - até agora, sem ser apelativo. O bom senso combinou com o bom gosto da abertura, em que a superposição de imagens busca uma sofisticação que a música-tema escolhida, Você é Linda, na voz de Caetano Veloso, carrega em seu DNA.
Com um elenco invejável, Belíssima parece, desde o início, fadada a depender da força das interpretações. O núcleo capitaneado por Lima Duarte e Irene Ravache, por exemplo, tem a clara função de arrancar risadas do público. Outros grandes atores, como Tony Ramos, Pedro Paulo Rangel e Cláudia Abreu, seguros como de costume, também já mostraram o que pode se esperar de suas atuações.
A reaparição de Glória Pires como Júlia Assumpção, por sua vez, soou um tom abaixo, apesar da complexidade do papel de uma pessoa com falta de personalidade e baixa auto-estima. Já Fernanda Montenegro, na pele da matriarca autoritária Bia Falcão, é um caso à parte.
Falar de suas expressões e olhares contundentes ou de sua voz sempre no volume adequado seria lugar-comum. As gratas surpresas iniciais da trama ficaram por conta de Reynaldo Gianecchini, convincente como um mecânico "paulistão", e da pequena Marina Ruy Barbosa, que faz a Sabina, filha de Pedro e Vitória, que mostrou desenvoltura de gente grande.
O retorno do personagem Jamanta, de Cacá Carvalho, uma cria de Silvio de Abreu saída de Torre de Babel, também divertiu. Em doses homeopáticas, o personagem pode até funcionar. Se aparecer demais corre o risco de ficar chato.
Outro recurso bem utilizado pela novela foram as gravações na Grécia. As paisagens são deslumbrantes e, se uma das intenções conceituais de Belíssima é mostrar na tela a beleza e discutir sua função na sociedade moderna, a Grécia se apresenta como moldura mais que adequada.
Nas cenas de estúdio, contudo, especialmente as ambientadas nos luxuosos escritórios da grife e na mansão dos Assumpção, excesso de informações. Essa overdose acaba transformando o que se queria sofisticado num estilo "novo rico".
Mas pelo menos a dupla Silvio de Abreu/Denise Saraceni têm um bom elenco para distrair o público enquanto não acertam o tom da trama.
O texto ágil e quase sempre preciso pecou, no entanto, na falta de verossimilhança na paixão-relâmpago entre Pedro e Vitória, de Henri Castelli e Cláudia Abreu. Afinal, um dândi rico e enfastiado cair de amores à primeira vista por uma menina de rua que vende drops em sinal de trânsito - ou melhor, farol - é absurdo até num folhetim.
Como a idéia em começo de novela é apresentar o máximo de fios da trama para puxar mais tarde, houve um certo exagero também na velocidade dos acontecimentos, que deixou algumas seqüências confusas. Como nas cenas inaugurais, de linguagem videoclipada, que mostrava a campanha de lançamento da nova coleção de langeries da grife Belíssima.
Por outro lado, o tema foi proprício para que a diretora Denise Saraceni abusasse da exposição de belos corpos, tanto de modelos quanto de atores - até agora, sem ser apelativo. O bom senso combinou com o bom gosto da abertura, em que a superposição de imagens busca uma sofisticação que a música-tema escolhida, Você é Linda, na voz de Caetano Veloso, carrega em seu DNA.
Com um elenco invejável, Belíssima parece, desde o início, fadada a depender da força das interpretações. O núcleo capitaneado por Lima Duarte e Irene Ravache, por exemplo, tem a clara função de arrancar risadas do público. Outros grandes atores, como Tony Ramos, Pedro Paulo Rangel e Cláudia Abreu, seguros como de costume, também já mostraram o que pode se esperar de suas atuações.
A reaparição de Glória Pires como Júlia Assumpção, por sua vez, soou um tom abaixo, apesar da complexidade do papel de uma pessoa com falta de personalidade e baixa auto-estima. Já Fernanda Montenegro, na pele da matriarca autoritária Bia Falcão, é um caso à parte.
Falar de suas expressões e olhares contundentes ou de sua voz sempre no volume adequado seria lugar-comum. As gratas surpresas iniciais da trama ficaram por conta de Reynaldo Gianecchini, convincente como um mecânico "paulistão", e da pequena Marina Ruy Barbosa, que faz a Sabina, filha de Pedro e Vitória, que mostrou desenvoltura de gente grande.
O retorno do personagem Jamanta, de Cacá Carvalho, uma cria de Silvio de Abreu saída de Torre de Babel, também divertiu. Em doses homeopáticas, o personagem pode até funcionar. Se aparecer demais corre o risco de ficar chato.
Outro recurso bem utilizado pela novela foram as gravações na Grécia. As paisagens são deslumbrantes e, se uma das intenções conceituais de Belíssima é mostrar na tela a beleza e discutir sua função na sociedade moderna, a Grécia se apresenta como moldura mais que adequada.
Nas cenas de estúdio, contudo, especialmente as ambientadas nos luxuosos escritórios da grife e na mansão dos Assumpção, excesso de informações. Essa overdose acaba transformando o que se queria sofisticado num estilo "novo rico".
Mas pelo menos a dupla Silvio de Abreu/Denise Saraceni têm um bom elenco para distrair o público enquanto não acertam o tom da trama.
Fonte:
TV Press
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/336362/visualizar/
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