Banco Central anuncia nova medida para o dólar
O Banco Central publicou nesta terça-feira uma medida para injetar mais liquidez no mercado e facilitar captações de recursos no exterior. A norma altera a regra sobre a parcela que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC -depósitos compulsórios-- sobre operações de câmbio.
A partir de quinta-feira, os bancos poderão assumir posições vendidas --quando a aposta é de queda do dólar ante o real-- de até US$ 3 bilhões sem compulsório bancário (parcela retida pelo BC). A regra atual previa a penalidade a partir de US$ 1 bilhão.
O compulsório continua o mesmo: 60% sobre as posições que excederem o teto, com recolhimento em espécie e sem remuneração.
Segundo o BC, hoje não existe nenhum valor recolhido neste compulsório e a medida serve para injetar mais liquidez neste momento em que há escassez de liquidez sazonal de final do ano, com mais filiais mandando recursos para suas matrizes no exterior, por exemplo.
Para o mercado, no entanto, a decisão do BC também ajuda a segurar a cotação do dólar, que voltou ao patamar de R$ 2,10, tido como teto informal imposto pela autoridade monetária.
"Isso é para segurar a alta do dólar... Acho que o mercado estava travado sem poder aumentar as vendas e com essa medida abre caminho para isso", afirmou um operador de câmbio de uma corretora em São Paulo em condição de anonimato.
A avaliação do mercado tem sido de que o BC voltou a defender o teto informal de R$ 2,10, já que intensificou a sua atuação desde o início do mês por entender que uma alta excessiva da moeda pode ser prejudicial para a inflação.
Na segunda-feira, o dólar fechou em alta pela terceira vez seguida, de 0,56%, cotado a R$ 2,0965, mesmo depois de o BC ter anunciado que fará mais três leilões de venda de dólares conjugada com compra.
Segundo operadores, isso foi insuficiente para prover a liquidez necessária ao mercado neste momento.
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