Governo e instituições vão pesquisar áreas de reflorestamento em MT

A exploração econômica de espécies florestais, via reflorestamento, resultou em um planejamento estratégico do segmento por usuários da atividade. Um projeto para diagnóstico de florestas plantadas no Estado de Mato Grosso foi recentemente aprovado pela Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e deve ser desenvolvido nos próximos seis meses. A estimativa de produtores rurais é que Mato Grosso tenha 70 mil hectares com florestas plantadas.

Com a liberação de recursos de R$ 170 mil, durante o período, será realizado levantamento para se identificar a quantidade da área plantada, os municípios com técnicas de reflorestamento, em que estágio se encontram, as espécies e o volume de madeira extraída.

O projeto é uma parceria da Sicme com a Associação dos Reflorestadores do Estado de Mato Grosso (Arefloresta-MT), executora do diagnóstico; a Embrapa Floresta, sediada em Curitiba (PR); e a Associação dos Engenheiros Florestais de Mato Grosso (AMEF-MT), segundo relata o presidente da Arefloresta, o engenheiro florestal, Haroldo Klein. Entre os municípios de Mato Grosso onde se pode citar práticas de reflorestamento realizadas por produtores rurais e pequenos proprietários estão Jangada, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento e Cáceres.

A sua associação tem executado trabalhos de cooperação de produtores rurais e divulgação de técnicas para plantio de espécies de reflorestamento, com informações sobre um empreendimento viável economicamente. É o caso do 5º Encontro de Reflorestadores do Estado de Mato Grosso, que será realizado na próxima terça-feira (07.06), na Fazenda Campina, no município de Nossa Senhora do Livramento (42 Km ao Sul de Cuiabá), na MT-351, próxima à Vila do Pirizal.

Klein estima que o metro estéril de eucalipto originário de reflorestamento é adquirido atualmente no mercado por R$ 30. O metro estéril é a somatória do metro cúbico da madeira e o espaço vazio. A pequena propriedade, afirma, pode ter uma área para reflorestamento, com investimento inicial e até o corte, após sete anos, em torno de R$ 4 mil por hectare, com produção de 250 metros cúbicos estéril por hectare.

O presidente da associação conta que nas estatísticas nacionais a respeito de reflorestamento Mato Grosso não é citado com dados sobre a atividade agrícola. Segundo informações da associação dirigida por Klein, com fundamento em dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), há uma estimativa mundial de consumo de madeira superior à oferta.

Em cinco anos, cita, a madeira advinda de florestas plantadas aumentará sua proporção no consumo dos atuais 7 milhões de metros cúbicos para 24 milhões, enquanto aquelas provenientes de florestas nativas deverá ser reduzida dos 21 milhões de metros cúbicos para 5 milhões até 2010, segundo mecanismos de controle ambiental e políticas corporativas ambientalmente corretas.

Sem políticas de incentivo para plantios florestais, não haverá, nos próximos anos, madeira suficiente para consumidores da matéria-prima. Por outro lado, afirma, é importante a reposição florestal para atender a preservação de florestas nativas, um dos objetivos principais da Arefloresta-MT.