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Agronegócios
Quinta - 02 de Junho de 2005 às 09:22

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Os trabalhadores rurais que participam do Grito da Terra 2005 aguardam ser recebidos hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir as questões centrais da categoria. A informação foi dada ontem pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos, ao deixar o encontro que teve com o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). "Estamos aguardando o momento em que sentaremos com o presidente Lula e com a equipe econômica para tratar dos pontos centrais da pauta de reivindicações. Porque da periferia já tratamos nos diversos ministérios", disse. Santos considerou positivo o balanço do primeiro dia do movimento. Discussão Segundo Manoel dos Santos, os trabalhadores rurais vão centrar agora as discussões em temas que dependem de decisão política e de recursos. Esse é o caso, do aumento do volume de recursos para o plano safra 2005/2006 e para a assistência técnica, que a categoria considera "um grande problema". Santos disse também que os trabalhadores querem mais recursos para fazer avançar o processo da reforma agrária, garantia do cumprimento das metas estabelecidas pelo próprio governo e maior fiscalização nas fronteiras agrícolas.

No encontro de ontem, os representantes Contag pediram apoio de Severino Cavalcanti para a votação de uma série de matérias de interesse da categoria. Cavalcanti prometeu que, tão logo a pauta da Câmara esteja desobstruída, as matérias irão a votação.

Manoel dos Santos considerou positivas as reuniões dessa quarta-feira com o presidente da Câmara e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Foram recepções calorosas. Eles não se colocaram contra nenhuma das nossas propostas. Precisamos continuar a mobilização, porque entre a recepção, a mobilização e a aprovação dos projetos, sabemos que são outros 500", reconheceu.

Os representantes da Contag pediram apoio aos parlamentares para votação e aprovação dos projetos de suplementação orçamentária para a Reforma Agrária, que deverá ser encaminhado ao Congresso neste mês. Para eles, isso "constitucionaliza" a política para a agricultura familiar, que pela proposta deixará de ser de governo para ser definida em lei.

Para os representantes da Contag, a medida garantirá a permanência dos trabalhadores rurais no regime geral da Previdência a partir de 2007. Eles também querem agilização da votação da emenda constitucional que trata da expropriação das terras onde for encontrado trabalho escravo e do projeto que regulamenta o que é trabalho escravo e define as penalidades.

Manoel dos Santos reconheceu que não será fácil a aprovação das matérias que tratam do trabalho escravo. "Temos hoje uma queda de braços entre as forças políticas que defendem que não existe trabalho escravo no setor empresarial rural e aqueles que comprovam a existência do trabalho escravo", disse, acrescentando que não é uma matéria simples. "Sabemos das suas dificuldades. Por isso, é preciso fazer uma grande mobilização para votar". Severino Cavalcanti garantiu aos trabalhadores rurais que na Câmara não tem ninguém que queira o trabalho escravo. "Eu não conheço ninguém aqui", afirmou.





Fonte: Agência Brasil

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