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Cidades/Geral
Terça - 18 de Dezembro de 2012 às 10:08

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A cada 100 casamentos realizados em Mato Grosso no ano de 2011, 22 terminaram em divórcio. É isso que mostra os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou 3.792 divórcios no Estado no ano passado, um aumento de 125,7% em relação a 2010.

Em Cuiabá, o numero de divorciados aumentou 55%, passando, no mesmo período, de 269 para 419. No total, o Brasil registrou 351.153 divórcios, maior índice registrado desde que o tema passou a ser pesquisado pelo IBGE, em 1984.

De acordo com o sociólogo André Lacerda, coordenador de pesquisas sobre a família da UFMT, a facilidade de se divorciar hoje em dia é um fator que deve ser levado em consideração. “Nós temos atualmente poucos impedimentos para a dissolução legal do casamento. Isto é um fato que favorece no grande aumento dos índices”.

No entanto, mesmo com a facilidade burocrática do divórcio, um fato que faz com que as pessoas busquem a separação legal é a maior independência adquirida pela mulher. “As mulheres, com a entrada no mercado de trabalho, não precisam mais aguentar coisas que, no passado, eram obrigadas a conviver. Se ela achar que o casamento não está dando certo, pode procurar o divórcio, coisa que antigamente era mais rara”.

Além disso, Lacerda explica que a independência econômica da mulher gerou um conflito de papéis, alterando a estrutura familiar tradicional (com um pai, uma mãe e os filhos). Outro motivo, segundo o sociólogo, é o adiamento do casamento. “As pessoas estão se casando mais tarde e se separando mais cedo. Por exemplo, se a pessoas investe na carreira e deixa o casamento para depois, muitas vezes ela encontra dificuldades de se adaptar à vida conjugal”.

Um motivo de preocupação e momento de se repensar a legislação do divórcio. É o que pensa o padre Deusdet de Almeida, da paróquia Imaculado Coração de Maria, sobre os dados do IBGE. De acordo com ele, a separação legal dos casais tem quatro principais motivos, sendo o primeiro deles a falta de preparação das pessoas para o casamento. “Os casais não estão preparados para a solução de crises através do diálogo, sempre se apressam para a solução mais fácil: o divórcio”, disse.

A improvisação, segundo o padre, seria outro motivo para a dissolução familiar. Sem preparo e com pressa de casar, muitas vezes por pressão social, os casais entram no matrimônio sem saber o que esperar e sem saber lidar com problemas.

“Mas a marca dessa nova geração é a cultura da descartabilidade”, disse, referindo-se ao hábito que as pessoas adquiriram, com a oferta cada vez maior de produtos, de se trocar tudo o que não está funcionando, inclusive o casamento. “A pessoa compra algo. Se não funciona, ela joga fora e compra outro. É assim que está funcionando no casamento hoje em dia”.

De acordo com Deusdet, a facilidade cada vez maior de se conseguir a separação legal é um incentivo para a experimentação, e é o que tem acontecido. “As pessoas, com medo do compromisso, vivem experimentado. Isso tem aumentado as uniões informais. O Estado deveria dificultar o acesso ao divórcio, o papel dele é proteger a família”.





Fonte: DO DC

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