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Policia MT
Terça - 18 de Dezembro de 2012 às 09:32
Por: Dhiego Maia

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Polícia Civil/ Lucas do Rio Verde
Grupo abriu duas lojas de sex shop e comprou móveis na cidade.
Grupo abriu duas lojas de sex shop e comprou móveis na cidade.
A Justiça decretou a prisão preventiva de uma quadrilha composta por nove pessoas, sendo dois menores de idade, pela suspeita de ameaçar e extorquir um empresário do ramo do agronegócio durante mais de seis meses na cidade de Lucas do Rio Verde, a 360 quilômetros de Cuiabá.

As investigações preliminares da polícia apontam que o empresário desembolsou R$ 152 mil, mas o valor pode passar dos R$ 200 mil. Com o dinheiro, a quadrilha abriu duas lojas de sex shop, comprou um veículo zero quilômetro e mobiliou uma casa. A determinação expedida pelo juiz Cássio Luis Furim foi cumprida nesta segunda-feira (17).

O delegado que investigou o caso, Ugo Angelo Reck de Mendonça, contou ao G1 que a quadrilha ‘armou’ um encontro entre uma adolescente de 15 anos e o empresário, que foi filmado tanto pela adolescente como pela quadrilha. Nos dois vídeos, segundo o delegado, o casal aparece conversando no carro do empresário.

“Os vídeos não mostram nenhum tipo de relação sexual entre eles. O empresário ficou preocupado com o vídeo e cedeu à chantagem da quadrilha porque é uma figura pública na cidade e estar com uma adolescente à noite dentro do carro é um fato preocupante”, relatou o delegado ao G1.

De acordo com o delegado, a adolescente recebeu R$ 300 da quadrilha para forjar o encontro. O grupo passou a enviar insistentemente mensagens de texto para o celular da vítima se passando pela garota até o convite se concretizar. “De posse do vídeo, a quadrilha passou a enviar mensagens cada vez mais ameaçadoras. Em uma delas, eles escreveram que iriam levar o conteúdo do vídeo para o tribunal e que ele (empresário) seria preso por isso”, afirmou o delegado.

Ainda segundo a polícia, o tom de ameaça também aumentou, quando um envelope com parte da gravação foi enviado à empresa da vítima. A partir daí, os depósitos em dinheiro para as contas bancárias dos integrantes da quadrilha não pararam. Extratos bancários juntados ao inquérito mostram que o empresário depositou, de uma vez só, até R$ 20 mil.

Ele também foi obrigado a ir até uma concessionária da cidade e comprar à vista um carro zero quilômetro que passou a ser utilizado pelos membros da quadrilha. Ainda de acordo com a polícia, o grupo abriu duas lojas de sex shop e comprou móveis e eletrônicos com o dinheiro da vítima.

Desfecho
Cansado das ameaças, o empresário procurou a polícia neste último sábado (15). Ele denunciou que estava sendo vítima de chantagem. Naquele dia, segundo a polícia, o empresário recebeu 30 mensagens de texto da quadrilha que exigia mais dinheiro. Para prender todos os suspeitos, a Polícia Civil disse ao G1 que montou uma operação.
 

Polícia apreendeu roupas de marca além de aparelhos eletrônicos. (Foto: Polícia Civil/ Lucas do Rio Verde)
Polícia apreendeu roupas de marca além de aparelhos
eletrônicos. (Foto: Polícia Civil/ Lucas do Rio Verde)


 

Três mulheres, quatro homens e mais dois adolescentes foram presos em flagrante e encaminhados à delegacia da cidade juntamente com os aparelhos eletrônicos, o carro e a mobília das duas lojas de sex shop, que foram fechadas. Os celulares usados no envio das mensagens também foram apreendidos. Os adolescentes permaneceram detidos, prestaram depoimento e foram liberados no mesmo dia. Os quatro suspeitos maiores de idade foram levados para a Cadeia Pública de Lucas do Rio Verde. Já as mulheres envolvidas no crime serão encaminhadas à Cadeia Feminina de Colíder, cidade a 648 quilômetros de Cuiabá.

O delegado contou ao G1 que identificou a adolescente pivô do esquema criminoso com a ajuda da mãe dela. “A mãe compareceu à delegacia e disse que a filha passou a receber nos últimos meses presentes que não condiziam com a situação financeira da família”. A menor foi ouvida e também liberada. Em depoimento, ela disse que foi coagida a aceitar a proposta da quadrilha. Os suspeitos vão responder pelos crimes de formação de quadrilha e extorsão.

"Quem estiver sofrendo esse mesmo tipo de ameaça não deve ter medo. Basta procurar a polícia", lembrou o delegado Ugo Mendonça.





Fonte: Do G1 MT

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