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Internacional
Quarta - 01 de Junho de 2005 às 19:04

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Pelo menos 50 pessoas morreram na madrugada de hoje em ataques de caráter étnico em aldeias da região de Duekoue, 400 quilômetros a oeste de Abidjan, anunciou Marcel Djahi, prefeito de Duekoue. Segundo ele, "os corpos de 50 pessoas, todas do grupo étnico Guere, foram levados ao hospital".

Um funcionário da ONU informou que entre as vítimas estão quatro soldados do exército nacional da Costa do Marfim, que estavam de serviço num posto de controle.

Os ataques, que parecem ser uma represália ao assassinato de quatro membros da etnia Senufo, foram cometidos por indivíduos não identificados e afetaram principalmente a aldeia de Guitrozon, uma zona leal ao governo, afirmou à AFP um funcionário eleito da região, o ministro da Reforma Administrativa, Eric Kahe.

"Os atacantes entraram em todas as casas da aldeia, matando e degolando os habitantes com ajuda de pistolas, fuzis e armas brancas", afirmou Kahe.

Em Guitrozon, onde 28 pessoas foram assassinadas, onze morreram queimadas quando suas casas foram incendiadas. Na vizinha Petit Duekoue, um ataque similar matou pelo menos 20 pessoas.

Uma fonte militar na capital disse que esses conflitos entre comunidades autóctones e externas deixaram vários mortos na região onde, de acordo com comentários, houve aldeias inteiras arrasadas. O pastor da Igreja Batista Djo Bi afirmou que muitas das vítimas são idosos e crianças.

"As pessoas estão vindo para a Igreja com seus pertences, com medo de permanecerem em suas casas", disse ele.

Duekoue, no coração do cinturão do cacau, está situada ao sul da zona que divide o país entre o norte rebelde e o sul leal ao governo, que desde setembro de 2002 é patrulhada por milhares de soldados da França e da ONU.

Kim Gordon Bates, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse à AFP que a organização está ajudando a transferir parte da população para uma missão católica local, num plano de dar proteção para entre 5.000 e 10.000 pessoas.

O Conselho de Segurança da ONU deve votar esta semana uma resolução que tem como objetivo aumentar em 2.000 o número de soldados na Costa do Marfim, visando às eleições de 30 outubro.





Fonte: AFP

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