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Internacional
Quarta - 01 de Junho de 2005 às 13:25
Por: Helene Fontanaud

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O novo primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, prometeu na quarta-feira reconquistar a confiança dos franceses em cem dias. Ele e o presidente Jacques Chirac preparam um novo gabinete que seja capaz de contornar a crise provocada pelo referendo que rejeitou a Constituição da União Européia.

Chirac escreveu aos líderes da União Européia prometendo manter o compromisso da França com o bloco, apesar do resultado eleitoral de domingo, visto como uma punição às políticas econômicas do presidente, no poder há dez anos.

Ele nomeou o seu fiel aliado Dominique de Villepin para chefiar o gabinete na terça-feira, depois da renúncia de Jean-Pierre Raffarin. Fontes da Presidência disseram que o novo ministério deve ser anunciado ainda na quarta-feira e irá se reunir até sexta de manhã.

Villepin, que terá o pré-candidato a presidente Nicolas Sarkozy como seu número dois, também se encontrou com senadores de seu partido de centro-direita, o UMP.

"Alguns dizem que a situação é impossível. Hoje não há um só francês que não espere mais do governo, que não espere mais audácia", disse Villepin, segundo o senador Roger Karoutchi. "Eu me dou cem dias para restaurar a confiança do povo francês."

A prioridade de Villepin será combater o desemprego, que é de 10,2 por cento. Karoutchi disse que Villepin, muito popular por sua oposição à guerra do Iraque quando era chanceler, fez um apelo pela unidade nacional.

"Precisamos que o coração de um bata por todos", afirmou aos senadores.

O novo premiê deve dar mais detalhes da sua agenda política em um pronunciamento pela TV, por volta de 15h (hora de Brasília) de quarta-feira. Na terça-feira, também pela TV, Chirac já havia pedido união.

O presidente anunciou que Sarkozy terá um ministério, mas não disse qual. Provavelmente será o do Interior, cargo que pertencia a Villepin.

Sarkozy já era ministro do Interior até assumir a pasta das Finanças, há 14 meses. Em seguida, o político saiu do governo para ocupar a liderança do partido UMP, de onde não esconde sua vontade de ser o sucessor de Chirac, que por sua vez ainda não anunciou se tentará um terceiro mandato em 2007. Sarkozy e Villepin tiveram frequentes desentendimentos nos últimos meses, mas agora terão de agir em sintonia.

Fontes políticas dizem que Michel Barnier deve deixar o cargo de chanceler, talvez dando lugar para Philippe Douste-Blazy, atual ministro da Saúde.





Fonte: Reuters

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