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Nacional
Quarta - 01 de Junho de 2005 às 08:34
Por: Hugo Marques

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BRASÍLIA - Mais um triste recorde mundial para o Brasil. Os estudantes do ensino médio e fundamental das escolas públicas são os maiores consumidores mundiais de solventes, onde se incluem cola de sapateiro, éter, acetona, fluído de isqueiro e até corretor ''branquinho'' . Este é um dos resultados do 5º Levantamento Nacional sobre Consumo de Drogas entre Estudantes, feito em 27 capitais pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid). É uma das pesquisas mais completas já realizadas no país, com 48 mil entrevistas.

Segundo o diretor do Cebrid, Elisaldo Carlini, os solventes eram até recentemente drogas mais associadas com menores de rua no Brasil. A pesquisa mostra que pelo menos 15,4% dos estudantes de escolas públicas responderam que já usaram solventes na vida, seguido pela Grécia (15%) e Estados Unidos e Barbados (12,4%). A pesquisa ouviu crianças a partir dos 10 anos. A faixa etária predominante é entre 13 e 15.

- Os solventes destroem neurônios, geram problemas cardíacos e podem provocar cirrose hepática - alerta Carlini.

Além disso, este tipo de droga provoca dependência e tem efeito mais rápido na destruição do organismo, se comparada ao álcool. Para o pesquisador José Carlos Galduróz, o levantamento chama a atenção para a extensão do uso da droga.

- O solvente tinha sido esquecido pela sociedade. Cresce de forma sorrateira.

Outra tendência mostrada pela pesquisa é o alto consumo de anfetaminas e ansiolíticos entre as meninas. As anfetaminas são utilizadas para o emagrecimento e os ansiolíticos para a redução da ansiedade. Segundo a pequisa, 16,9% das garotas entre 13 e 15 anos já consumiram anfetaminas.

Chamou a atenção dos pesquisadores o alto consumo de energéticos, produtos que prolongam o efeito do álcool. Pelo menos 12% dos entrevistados já consumiram a bebida. A maconha já foi consumida por 5,9% dos estudantes, e a cocaína, por 2% deles. O uso pesado de todas estas drogas, no entanto - por mais de 20 vezes no mês anterior à pesquisa - cai para 0,5% entre estudantes usuários de maconha, 0,1% de cocaína e 0,9% para solventes.

As drogas mais consumidas com intensidade são álcool e tabaco. Segundo a pesquisa, 2,7% dos adolescentes consomem tabaco mais de 20 vezes por mês e 6,7% consomem álcool de forma pesada. Na Região Sul, 4,6% fazem uso freqüente de tabaco, recorde nacional.

O uso de drogas não é exclusividade de uma classe econômica, mas distribui-se regularmente por elas. O homem consome mais drogas como maconha, cocaína, energéticos e anabolizantes. O uso do álcool e do tabaco começa aos 12,5 anos, a maconha aos 13,9 anos e a cocaína aos 14,4.





Fonte: JB Online

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