Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Terça - 31 de Maio de 2005 às 20:10

    Imprimir


Cartum - O governo sudanês começou uma campanha de ameaças e prisões contra pessoas que denunciam os abusos sexuais na região de Darfur, palco da pior crise humanitária do século provocada por ação humana. Nas últimas 48 horas, dois responsáveis da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) e o tradutor que ajudou o secretário-geral da ONU a ouvir as queixas das vítimas no maior campo de refugiados da região foram presos.

Um dos presos, o britânico Paul Foreman, chefe de projetos dos MSF em Cartum, foi detido na segunda-feira e posto em liberdade pagando uma fiança poucas horas depois, mas foi proibido de abandonar o país. O segundo, o holandês Vincent Hoedt, foi preso nesta terça-feira na cidade de Nyala, capital de Darfur Sul, onde também era chefe de projetos, e segundo a MSF foi levado à capital para ser interrogado.

"Da mesma forma que Foreman, Hoedt foi acusado de crimes contra o Estado por causa da publicação de um relatório da MSF sobre a violência sexual em Darfur", explica a organização em comunicado. O mesmo aconteceu com o tradutor improvisado de Annan, apesar de o governo de Cartum ter se comprometido publicamente a garantir sua segurança.

Os refugiados do acampamento de Kalma, no sul desta região fronteiriça com Chade, tinham pedido garantias pessoais ao secretário-geral da ONU, de que ninguém sofreria represálias por relatar os abusos. O ministro de Estado para Assuntos Humanitários, Mohammed Yusif Abdalah, garantiu publicamente sua segurança.

"Diferentemente do prometido, o tradutor sudanês foi preso. Pedi ao governo que mantivesse sua palavra, sobretudo ao ser uma palavra dada em público ao secretário-geral da ONU", declarou hoje o porta-voz das Nações Unidas em Cartum, Jan Pronk.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/336886/visualizar/