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Novo premiê francês pode abalar relações com os EUA
Dois dias após os eleitores franceses terem jogado a União Européia (UE) numa crise, a nomeação de Dominique de Villepin como premiê da França na terça-feira ameaça piorar as relações entre o país e os Estados Unidos.
Villepin personificou a oposição francesa à guerra no Iraque, e sua resistência à invasão do país pelos Estados Unidos, em 2003, azedou as relações de Paris com Washington.
O ex-diplomata de 51 anos desapareceu do cenário internacional no ano passado, quando foi transferido pelo presidente Jacques Chirac do Ministério das Relações Exteriores para o Ministério do Interior. Sua promoção a primeiro-ministro deve desagradar a alguns em Washington.
"Não acho que ele vá descer tão fácil para os Estados Unidos", disse o analista político Guillaume Parmentier. "É óbvio que os neocons (neoconservadores) e outras pessoas vão se agitar".
Chirac transformou Villepin em primeiro-ministro depois da renúncia de Jean-Pierre Raffarin na terça-feira, em consequência da rejeição da Constituição da UE pelos franceses, no plebiscito de domingo.
A vitória do "Não" foi um revés para as ambições européias de Chirac. Tanto ele como Villepin vêm tentando aumentar a influência da França no mundo reforçando sua atuação dentro do poderoso bloco. Os dois buscam usar o bloco para promover a idéia de um mundo "multipolarizado", que não seja dominado pelos Estados Unidos.
Chirac disse à nação que o resultado do plebiscito criou "um contexto difícil para a defesa de nossos interesses na Europa", e que a nomeação de Villepin pode criar problemas para ele do outro lado do Atlântico.
RECOMEÇO
O novo premiê pode reavivar lembranças ruins nos EUA, embora analistas acreditem que Paris e Washington vão continuar se esforçando para manter o clima de paz.
"Ele personificou a política francesa naquele período (antes da guerra no Iraque) e foi o homem que causou todo tipo de problema na ONU", disse Alasdair Murray, vice-diretor do Centro para a Reforma Européia, em Londres. "Mas... a menos que a França queira comprar briga, parece haver um acordo em deixar o que passou para trás".
Os dois países se esforçaram este ano para se reaproximar. Em fevereiro, o sucessor de Villepin nas Relações Exteriores, Michel Barnier, disse à secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice: "Chère Condi, chegou a hora de começar de novo".
Naquele mês, Chirac jantou com o presidente George W. Bush em Bruxelas. O norte-americano ressaltou que os dois comeram "french fries" (batatas fritas em inglês), e não "freedom fries" (batatas da liberdade), o nome que o prato ganhou em protesto contra os franceses às vésperas da invasão do Iraque.
Villepin fala inglês fluentemente e morou nos Estados Unidos quando era criança. Também trabalhou na embaixada francesa em Washington.
"Na verdade acho que ele imporá mais respeito às relações", disse Hall Gardner, professor da Universidade Americana de Paris. "Villepin foi duro (sobre o Iraque), e os texanos gostam de quem fala grosso. Por isso acho que será positivo".
O ex-diplomata de 51 anos desapareceu do cenário internacional no ano passado, quando foi transferido pelo presidente Jacques Chirac do Ministério das Relações Exteriores para o Ministério do Interior. Sua promoção a primeiro-ministro deve desagradar a alguns em Washington.
"Não acho que ele vá descer tão fácil para os Estados Unidos", disse o analista político Guillaume Parmentier. "É óbvio que os neocons (neoconservadores) e outras pessoas vão se agitar".
Chirac transformou Villepin em primeiro-ministro depois da renúncia de Jean-Pierre Raffarin na terça-feira, em consequência da rejeição da Constituição da UE pelos franceses, no plebiscito de domingo.
A vitória do "Não" foi um revés para as ambições européias de Chirac. Tanto ele como Villepin vêm tentando aumentar a influência da França no mundo reforçando sua atuação dentro do poderoso bloco. Os dois buscam usar o bloco para promover a idéia de um mundo "multipolarizado", que não seja dominado pelos Estados Unidos.
Chirac disse à nação que o resultado do plebiscito criou "um contexto difícil para a defesa de nossos interesses na Europa", e que a nomeação de Villepin pode criar problemas para ele do outro lado do Atlântico.
RECOMEÇO
O novo premiê pode reavivar lembranças ruins nos EUA, embora analistas acreditem que Paris e Washington vão continuar se esforçando para manter o clima de paz.
"Ele personificou a política francesa naquele período (antes da guerra no Iraque) e foi o homem que causou todo tipo de problema na ONU", disse Alasdair Murray, vice-diretor do Centro para a Reforma Européia, em Londres. "Mas... a menos que a França queira comprar briga, parece haver um acordo em deixar o que passou para trás".
Os dois países se esforçaram este ano para se reaproximar. Em fevereiro, o sucessor de Villepin nas Relações Exteriores, Michel Barnier, disse à secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice: "Chère Condi, chegou a hora de começar de novo".
Naquele mês, Chirac jantou com o presidente George W. Bush em Bruxelas. O norte-americano ressaltou que os dois comeram "french fries" (batatas fritas em inglês), e não "freedom fries" (batatas da liberdade), o nome que o prato ganhou em protesto contra os franceses às vésperas da invasão do Iraque.
Villepin fala inglês fluentemente e morou nos Estados Unidos quando era criança. Também trabalhou na embaixada francesa em Washington.
"Na verdade acho que ele imporá mais respeito às relações", disse Hall Gardner, professor da Universidade Americana de Paris. "Villepin foi duro (sobre o Iraque), e os texanos gostam de quem fala grosso. Por isso acho que será positivo".
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/336893/visualizar/
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