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Cidades/Geral
Terça - 31 de Maio de 2005 às 19:14

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A bacia leiteira do Norte enfrenta sérios problemas de produtividade. Grosso modo, o produtor que consegue uma renda aceitável tem muitas vacas produzindo pouco leite em áreas cada vez maiores de pastagem. Os problemas enfrentados vão desde dificuldades com alimentação dos animais durante a seca, passando pela degradação das pastagens até a tímida organização dos produtores na hora de vender o leite para as agroindústrias e a infra-estrutura precária para escoamento da produção.

“Nós estamos vivendo hoje o que os estados tradicionais da produção viveram há 30 ou 40 anos atrás”, aponta Alexandre Olival, do Instituto Ouro Verde, organização não-governamental que promoveu o evento. “Aqui a gente tem uma chance efetiva de fazer um desenvolvimento diferente, cometendo os mesmos acertos que estes estados fizeram e desviando dos erros”, completa o médico-veterinário.

Baseado num amplo diagnóstico da produção leiteira no Portal da Amazônia, Olival sugere que é o caminho para melhorar a produtividade e a renda na região não passa necessariamente pelo aumento da área ocupada pelo gado de leite. Segundo ele, é preciso pensar em tornar a extensão rural mais eficiente e melhorar a gestão das propriedades, mas também investir no capital social. Alexandre ainda diz que, para a realidade do Nortão, o leite não é uma alternativa de desenvolvimento econômico, mas uma cultura já estabelecida, que registrou uma crescimento de cerca de 118% nos últimos 15 anos. Uma melhora imediata nas condições de produção e na vida dos agricultores é urgente e pode ser, segundo o veterinário, uma porta em direção a uma produção sustentável a longo prazo.

Melhorar a produção sem aumentar o desmatamento

Uma saída para o dilema produção x desmatamento pode ser a pecuária orgânica. Robert Macedo, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, aposta na produção sustentável de leite para que a pecuária leiteira conviva bem com as florestas. Segundo ele, a transformação do convencional para o orgânico não é fácil, pois exige um nível de desenvolvimento tecnológico maior. Ele explica que, para produção orgânica de leite, é preciso interação com o ambiente local, utilização da cultura regional junto com a produção de leite e adaptação das tecnologias para a realidade local. Para todas estas coisas já existem tecnologias, inclusive desenvolvidas pela Embrapa, mas sua implementação exige apoio técnico especializado, um dos gargalos da produção leiteira. O custo inicial de implementação de uma produção orgânica também é mais elevado, mas o custo de produção tende a igualar podendo mesmo ficar mais baixo do que o convencional em um período de cinco a dez anos. A unidade da Embrapa Gado de Leite em Goiás vem desenvolvendo pesquisas sobre pastagens consorciadas com leguminosas, arbustos e árvores, além de adubação orgânica e fitoterapia.





Fonte: 24Horas News

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