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Holandeses devem optar pelo "não" à Constituição européia
Os defensores da Constituição européia já estão perdendo as esperanças de aprová-la no referendo que a Holanda realiza na quarta-feira, três dias depois de a França ter rejeitado o tratado.
Todas as pesquisas apontam para um retumbante "não", opção que cresceu depois do referendo francês. Em um dos levantamentos, a rejeição à Carta atinge dois terços dos eleitores.
O chanceler Bernard Bot disse que a integração européia trouxe prosperidade à Holanda, mas admitiu que o governo não conseguiu vender essa idéia adequadamente para o primeiro referendo nacional da história holandesa.
"Torcíamos por uma corrida cabeça-a-cabeça, mas parece que será um voto no 'não"', disse ele à CNN.
A Holanda, que assim como a França participou da fundação da Comunidade Econômica Européia, na década de 1950, e sempre defendeu a integração continental, mas sofre nos últimos anos com o crescimento de problemas políticos e sociais.
O governo de centro-direita do primeiro-ministro Jan Peter Balkenende é profundamente impopular. A opinião pública demonstra inquietação com a imigração, a segurança, o fraco crescimento econômico, o desemprego em alta e os cortes de gastos públicos.
Mas Bot disse que o governo não espera baixas em caso de derrota — ao contrário da França, que na terça-feira trocou de primeiro-ministro por causa do resultado do referendo. Ele lembrou que o resultado da votação não é de cumprimento obrigatório e que o Parlamento poderá ratificar o tratado mesmo com a vitória do "não" — embora a maioria dos partidos prometa respeitar o resultado da consulta popular caso o comparecimento às urnas supere 30 por cento.
Balkenende insistiu, durante a campanha, que o referendo não pode ser um espaço para manifestações de descontentamento contra o governo, contra o euro ou contra a possível adesão da Turquia à UE. IMIGRAÇÃO
O político direitista Geert Wilders, visto como herdeiro das idéias do líder xenófobo Pim Fortuyn, assassinado em 2002, levou a campanha de Leidschendam, perto de Haia. Ele distribuiu notas de 180 euros (que não existem) para representar a participação anual per capita dos holandeses ao orçamento da UE, o maior valor entre todos os 25 países do bloco.
Wilders afirmou que, se a Constituição entrar em vigor, a Holanda vai perder o controle sobre a imigração.
"A Holanda está pagando mais e perdendo influência a cada dia", afirmou. "Os holandeses não são contra a Europa. São contra um super-Estado europeu. Não devemos transferir poderes soberanos e abrir mão do nosso direito de veto."
Wilders encontrou ouvintes receptivos. "As pessoas se sentem traídas por causa do euro, e essa é uma das grandes razões para as pessoas votarem contra", disse o estudante Lauwrens Arrindell, 20. "Acho que o governo não conquistou a confiança das pessoas."
Mas o vendedor Pascal de Kimpe, 34, manteve sua intenção de votar "sim". "Trabalhamos na Europa. Acho que é melhor para a economia, para a exportação e para a liberdade para viajar."
Lousewies van der Laan, vice-líder do partido governista D66, de centro, disse que a rejeição ao tratado não vai resolver os problemas que preocupam os adversários.
"Ainda precisaremos encontrar uma maneira de conter os crimes transnacionais. Ainda precisamos dar uma voz à Europa, se não quisermos deixar isso para os chineses e norte-americanos."
(Com reportagem adicional de Niclas Mika e Wendel Broere)
Todas as pesquisas apontam para um retumbante "não", opção que cresceu depois do referendo francês. Em um dos levantamentos, a rejeição à Carta atinge dois terços dos eleitores.
O chanceler Bernard Bot disse que a integração européia trouxe prosperidade à Holanda, mas admitiu que o governo não conseguiu vender essa idéia adequadamente para o primeiro referendo nacional da história holandesa.
"Torcíamos por uma corrida cabeça-a-cabeça, mas parece que será um voto no 'não"', disse ele à CNN.
A Holanda, que assim como a França participou da fundação da Comunidade Econômica Européia, na década de 1950, e sempre defendeu a integração continental, mas sofre nos últimos anos com o crescimento de problemas políticos e sociais.
O governo de centro-direita do primeiro-ministro Jan Peter Balkenende é profundamente impopular. A opinião pública demonstra inquietação com a imigração, a segurança, o fraco crescimento econômico, o desemprego em alta e os cortes de gastos públicos.
Mas Bot disse que o governo não espera baixas em caso de derrota — ao contrário da França, que na terça-feira trocou de primeiro-ministro por causa do resultado do referendo. Ele lembrou que o resultado da votação não é de cumprimento obrigatório e que o Parlamento poderá ratificar o tratado mesmo com a vitória do "não" — embora a maioria dos partidos prometa respeitar o resultado da consulta popular caso o comparecimento às urnas supere 30 por cento.
Balkenende insistiu, durante a campanha, que o referendo não pode ser um espaço para manifestações de descontentamento contra o governo, contra o euro ou contra a possível adesão da Turquia à UE. IMIGRAÇÃO
O político direitista Geert Wilders, visto como herdeiro das idéias do líder xenófobo Pim Fortuyn, assassinado em 2002, levou a campanha de Leidschendam, perto de Haia. Ele distribuiu notas de 180 euros (que não existem) para representar a participação anual per capita dos holandeses ao orçamento da UE, o maior valor entre todos os 25 países do bloco.
Wilders afirmou que, se a Constituição entrar em vigor, a Holanda vai perder o controle sobre a imigração.
"A Holanda está pagando mais e perdendo influência a cada dia", afirmou. "Os holandeses não são contra a Europa. São contra um super-Estado europeu. Não devemos transferir poderes soberanos e abrir mão do nosso direito de veto."
Wilders encontrou ouvintes receptivos. "As pessoas se sentem traídas por causa do euro, e essa é uma das grandes razões para as pessoas votarem contra", disse o estudante Lauwrens Arrindell, 20. "Acho que o governo não conquistou a confiança das pessoas."
Mas o vendedor Pascal de Kimpe, 34, manteve sua intenção de votar "sim". "Trabalhamos na Europa. Acho que é melhor para a economia, para a exportação e para a liberdade para viajar."
Lousewies van der Laan, vice-líder do partido governista D66, de centro, disse que a rejeição ao tratado não vai resolver os problemas que preocupam os adversários.
"Ainda precisaremos encontrar uma maneira de conter os crimes transnacionais. Ainda precisamos dar uma voz à Europa, se não quisermos deixar isso para os chineses e norte-americanos."
(Com reportagem adicional de Niclas Mika e Wendel Broere)
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/336995/visualizar/
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