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Terça - 31 de Maio de 2005 às 06:33

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Uma fábrica de biodiesel promete ser um dos propulsores da economia de Diamantino, mas precisamente das 277 famílias do assentamento Bojuí, distante 30 km da cidade. A possibilidade da instalação da fábrica, na área comunitária do assentamento foi discutida com a comunidade, por meio da assembléia geral no Centro Comunitário 12 de abril, representantes do Governo Municipal, Universidade Federal de Mato Grosso e Eletronorte.

O engenheiro elétrico e sub-coordenador do projeto Biodiesel Guariba, Wlamir Antônio de Marques de Jesus, apresentou o projeto para os assentados e deu exemplos bem sucedidos de fábricas de biodiesel em nível nacional, como no Ceará e até mesmo em Mato Grosso, como o projeto Guariba, no município de Colniza, a 1520 km de Cuiabá.

Ele salientou que o programa de biodiesel dê certo em Diamantino, necessita do apoio da comunidade. “São vocês que fornecerão a matéria-prima e que vão administrar a venda do produto e de seus derivados, portanto, se vocês não se interessarem, o projeto será inviabilizado”, destacou.

A fabricação de biodiesel além de ofertar um combustível alternativo no mercado e preço de venda abaixo do diesel, melhora a vida da comunidade. A matéria-prima para a fabricação são as sementes oleaginosas como a soja. O óleo de mamona também é eficiente na obtenção do biodiesel, assim como o babaçu, dendê, algodão, amendoim e entre tantos outros. Até mesmo resíduos de lixo e dejetos de suínos, aves e gado podem ser utilizados na produção do biodiesel.

Além do combustível, a comunidade poderá comercializar os subprodutos do biodiesel. No caso da produção com a mamona, durante o processo obtém-se a torta de mamona, esta poderá ser revendida por ser um excelente fertilizante; com a glicerina é possível fazer sabonetes e outros produtos de limpeza e higiene; e o óleo vegetal obtido com a produção podem ser revendido para fábricas ou mesmo comercializado na cidade.

Duas possibilidades foram colocadas para a comunidade optar. De acordo com o prefeito municipal de Diamantino Francisco Ferreira Mendes Júnior, ou os assentados plantam e se organizam numa associação para comercializar o biodiesel e seus derivados, ou optam por apenas fornecer a matéria-prima e a fábrica de biodiesel será administrada pela iniciativa privada.

Se a comunidade decidir que deseja a implantação do projeto de biodiesel, o Governo Municipal se comprometeu de ajudar os assentados no fornecimento das sementes e na construção do barracão, a Universidade Federal de Mato Grosso fará um levantamento da área e averiguar as necessidades da população da Bojuí e o pessoal da Eletronorte dará a assistência técnica à comunidade.

A intenção de colocar o biodiesel nas mãos de assentados é uma tendência nacional. De acordo com Wlamir Marques, o Governo Federal pensou dessa forma para evitar que ocorra o mesmo que aconteceu com o álcool. Nas mãos de grandes usineiros, o combustível sofre constantes reajustes e são esses latifundiários que ditam as regras do jogo no momento de discutir os aumentos.

O biodiesel além de ofertar mais uma alternativa de combustível sem grandes agressões à camada de ozônio, fornece alternativa de renda as famílias de pequenos agricultores que sobrevivem exclusivamente da terra.




Fonte: Da Assessoria

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