Mesa prevê momentos de tensão para a Bolívia

La Paz - "Nas próximas horas viveremos momentos difíceis, com tensão, com tentativas de violência, tentativas de arrefecimento de uma crise insolúvel, mas acho que a sociedade boliviana sabe que há um pequeno grupo que tem intenções contrárias e pode responder com serenidade e com coragem", prevê o presidente da Bolívia, Carlos Mesa, para seu país nesta terça-feira, referindo-se aos protestos programados para acontecer em frente à sede do Congresso.

O Legislativo boliviano retoma suas atividades hoje, com discussões sobre a data do plebiscito de autonomia em sua agenda, e a possibilidade de debater a convocação de uma Assembléia Constituinte, ponto que não foi incluído na ordem do dia, mas que foi avaliado por uma comissão para seu estudo durante o dia.

Mesa, em um ato das Forças Armadas, ontem, disse que o diálogo com os grupos contrários à política do governo é "a única via para a solução dos problemas".

"O presidente estará aqui amanhã (hoje), manterá sua posição a respeito da Constituição e das leis e manterá seu compromisso de cumprir o mandato imperativo da Constituição, que é o de exercer o cargo de primeiro governante da nação", disse. "E estará nos dias subseqüentes, até que cumpra o mandato recebido do Congresso em 17 de outubro."

O presidente boliviano disse também que este é o momento de o Congresso assumir sua responsabilidade de responder aos dois assuntos que porão fim à "crise artificialmente alimentada" na Bolívia: a data para o plebiscito de autonomia e a data para a convocação de uma Assembléia Constituinte.