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Segunda - 30 de Maio de 2005 às 16:33
Por: Luciene Oliveira

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Colniza, MT - Cerca de 400 famílias de trabalhadores rurais da Gleba Florita, em Colniza (1.065 km a Noroeste de Cuiabá), lutam para permanecer numa área de 23 mil hectares que pertence à Empresa Florita, propriedade da Colonizadora Colniza. A empresa já conseguiu da Justiça o direito de reintegração de posse. Mas, por sua determinação, a decisão do Juiz vem sendo postergada há mais de um ano.

Apesar da existência de um mandado judicial a favor da empresa, que pede cumprimento imediato. A Colonizadora solicitou a intervenção do Estado para tentar um acordo com os agricultores. Ela reconhece, em parte, o direito das famílias que há mais de 5 anos estão lá. Muitos fixaram moradia e fizeram benfeitorias na terra.

Segundo o presidente do Intermat, Jair Mariano, o Governo do Estado, na intenção de assegurar o direito de ambas as partes, já há algum tempo vem mantendo contato com a colonizadora para encontrar uma solução justa para todos. Na semana passada, o Intermat foi o intermediador de uma reunião com os interessados. “A posição do governador é clara, que se faça essa conversa e chegue a uma decisão, porque não existe da parte do Incra a intenção de desapropriar a terra”, explica.

De acordo com o advogado Clóvis Cardoso, contratado pela empresa para negociar os lotes de terras, a colonizadora tem o interesse de disponibilizar o patrimônio o mais rápido possível. O advogado explica que empresa estipulou o valor de R$ 150 por hectares, valor abaixo da pauta de terra do Estado. “A prioridade é para quem está na terra. Não estou aqui para expulsar ninguém, queremos entrar num acordo”, ressalta. “Existe uma situação concreta que independe de mim, do governador e da prefeitura. O que a empresa quer é receber pela terra”, ressalta.

Segundo o advogado, a empresa Florita vai montar um escritório na cidade para negociar a compra e venda de terras e uma equipe técnica vai cuidar da demarcação dos lotes. Cada trabalhador ocupa em média 100 até 1.000 hectares de terra. A princípio, o prazo de pagamento será de 1 ano com parcelas a cada 3 meses.

O prefeito de Colnilza, Sérgio Bastos dos Santos, solicitou da empresa atenção para as condições das pessoas e para os investimentos que cada trabalhador já fez e pediu ainda aos trabalhadores que cheguem num acordo. “A preocupação do governador Blairo Maggi e do gestor municipal é que antes de qualquer ação se faça a discussão com o povo. Você ter a terra documentada é outra coisa é outra vida. Você tem garantia”, frisou.

O trabalhador José Porcino, tem 6 anos na terra, se mostrou interessado num acordo com a empresa. Ele diz que não quer perder seu pedaço de terra porque já investiu muito lá e agora quer ter uma garantia dominial. “Nós não tem o documento e também não tem a terra. Quando se trata de negociação é de ambas as partes, não custa tenta um acordo” disse.

A área em disputa está localizada a 18 km da cidade de Colniza, conta com uma escola e é considerada altamente produtiva.





Fonte: Assessoria/Intermat-MT

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