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Internacional
Segunda - 30 de Maio de 2005 às 14:53

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A diocese de Roma abriu oficialmente o procedimento que pode levar à canonização do papa João Paulo II, pedindo aos católicos que apresentem evidências "a favor ou contra" sua reputação de santidade.

Um édito publicado no final de semana marcou o início do procedimento que pode levar João Paulo II, morto em abril, a ser declarado beato e posteriormente santo. O documento, assinado pelo vigário de Roma, cardeal Camillo Ruini, será divulgado também em Cracóvia, Polônia, onde Karol Wojtyla passou quase toda sua vida até ser eleito papa, em 1978.

O édito conclama os fiéis a apresentarem informações "das quais possam ser tirados elementos favoráveis ou contrários à reputação de santidade do supracitado Servo de Deus". Isso inclui cartas, escritos pessoais, diários e manuscritos que possam existir.

O documento foi possível porque o papa Bento XVI permitiu uma exceção nas leis canônicas e autorizou a abertura imediata do processo de beatificação de seu antecessor. Normalmente, são necessários cinco anos entre a morte do candidato e o começo do processo.

Dessa forma, João Paulo II poderá ser beatificado - considerado um "abençoado da Igreja" - em poucos anos, desde que um milagre seja atribuído à sua intercessão. Durante o funeral de João Paulo II, em 8 de abril, a multidão gritava a expressão "Santo Súbito", pedindo sua rápida canonização.

O intervalo de cinco anos existe, entre outras coisas, para permitir que a emoção decorrente da morte do candidato assente antes da beatificação, e para que haja tempo para a preparação dos documentos e testemunhos do processo.

Mas o próprio João Paulo II havia aberto um precedente em 1999, ao permitir que o processo de beatificação da madre Teresa de Calcutá fosse iniciado apenas dois anos após a morte. Ela foi beatificada em 2003.

Muitas das pessoas que conheceram e colaboraram com João Paulo II continuam vivas. Isso pode acelerar significativamente o processo, porque as testemunhas estão disponíveis.

Nos últimos séculos, o processo de beatificação e canonização é habitualmente longo, burocrático e dispendioso, mas muitos católicos acreditam que a vida de sofrimento e dedicação de João Paulo II é evidente para todos.

É necessário um milagre pós-morte para a beatificação. Ele deve ser resultado de orações pela intervenção do falecido papa junto a Deus. Outro milagre é necessário entre a beatificação e a eventual canonização. Os milagres normalmente são curas que os médicos têm dificuldades em explicar.




Fonte: Reuters

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