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Segunda - 30 de Maio de 2005 às 12:30

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O atual Secretário de Educação do Estado de Alagoas, Maurício Quintela, deputado federal licenciado, foi convocado pela Polícia Federal para depor amanhã. O depoimento, que faz parte da Operação Gabiru, ainda não tem horário definido. O inquérito apura o desvio de verbas da merenda escolar no Estado.

O secretário teria sido citado em ligações telefônicas por pessoas envolvidas no esquema de fraude, em escutas autorizadas pela Justiça Federal. Os delegados que investigam o caso querem saber qual a ligação do secretário com os acusados de integrar a quadrilha que desviou, somente neste ano, R$ 2 milhões.

Quintela também será ouvido para tentar explicar os detalhes de uma licitação para a compra de merenda escolar em que concorreram três empresas ligadas ao empresário Rafael Torres, considerado o líder do grupo. Segundo a Polícia Federal, outras pessoas citadas também estão sendo chamadas para depor, a exemplo do empresário João Felipe de Barros Lima, concunhado do secretário Maurício Quintela e que já trabalhou como assessor dele. Ele é dono de uma Factoring e teve documentos desta empresa apreendidos durante a Operação Gabiru. Para completar o quadro de parentescos, Maurício Quintela é primo do governador, Ronaldo Lessa (PDT).

Operação A Operação Gabiru foi desencadeada no dia 17 de maio, quando os policiais cumpriram 31 mandados de prisão e 61 mandados de busca de apreensão de documentos. Foram presos prefeitos, ex-prefeitos, secretários municipais, empresários, agiotas e funcionários públicos, além de apreendidas quantias em dólar, real, armas e esmeraldas na casa dos supostos envolvidos no esquema. Depois das prisões feitas na primeira etapa dos trabalhos, outras quatro pessoas foram convocadas para prestar depoimento e acabaram indiciadas no inquérito. Ao todo, já são 35 indiciados. Mas devem haver mais, segundo apontam algumas fontes da Polícia Federal.

Dos já indiciados, 19 ainda estão atrás das grades, pois tiveram a prisão preventiva decretada pelo desembargador federal, Marcelo Navarro, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF/5ª), no Recife. Vão permanecer no xadrez por pelo menos mais 81 dias, até a data de conclusão dos trabalhos. São eles: Cícero Cavalcante (PMDB), prefeito da cidade de São Luiz do Quitunde; Marcos Paulo do Nascimento (PMDB), prefeito da cidade de Matriz do Camaragibe; Paulo Roberto de Araújo (PPS), prefeito da cidade de São José da Laje; Carlos Eurico Leão e Lima (PSB), prefeito da cidade de Porto Calvo; Danilo Dâmaso (PMDB), prefeito da cidade de Marechal Deodoro; Fábio Apóstolo de Lira (PDT), prefeito da cidade de Feira Grande; José Hermes de Lima (PDT), prefeito da cidade de Canapi, e o prefeito de Igreja Nova, Neiwton Silva (PDT). Além deles, continuam encarcerados: os ex-prefeitos Jorge Silva Dantas (PSDB), da cidade de Pão de Açúcar, José Valter de Azevedo (PFL), da cidade de Ibateguara, e José Aderson Rodrigues (PtdoB), da cidade de Japaratinga. Os secretários municipais de Finanças da cidade de Branquinha, Fernando Baltar Maia, de Igreja Nova, Paulo Roberto Oliveira Silva, e de Água Branca, José Roberto Campos, completam a lista de autoridades municipais supostamente envolvidas com a quadrilha e que continuam presas na Superintendência da Polícia Federal, em Maceió.

O suposto coordenador do esquema, Rafael Torres, e seus assessores, braços direitos da quadrilha, José Arnon Dacal e Francisco Erivan dos Santos, este último apontado pela polícia como sendo o segundo homem no esquema de desvio de recursos, além de João Inácio Silveira, proprietário de uma papelaria que seria responsável pela emissão de notas frias para a organização, continuam presos. O último a completar a lista de presos é o funcionário da Caixa Econômica Federal, José Carlos Batista, apontado como o agiota que repassava dinheiro a juros aos prefeitos, recebendo cheques das prefeituras como garantia. Também estão indiciados, mas respondendo em liberdade: o ex-prefeito da cidade de Maragogi, Fernando Sérgio Lira (PSDB), os funcionários da empresa de Rafael Torres (Jussara Martins, Cristina Maria Campos e Ângelo Márcio Brandão), e os funcionários de Francisco Erivan, José Erasmo e Derivande Barbosa. Também estão liberados o gerente geral da Agência Rosa da Fonseca da Caixa Econômica Federal em Maceió, Leopoldo Araújo, acusado de passar informações privilegiadas sobre as contas bancárias das prefeituras, e o proprietário da Pizza Fone, Luiz Antônio Grossi, acusado de emprestar dinheiro aos prefeitos recebendo como garantia cheques das prefeituras. Integram o rol de indiciados: Wilma Araújo, acusada de negociar os cheques usados no esquema, Ednilson Ribeiro de Guimarães, dono da Ingrasp - que fabricava notas frias para a quadrilha - Teógenes Marques Gameleira, contador de Rafael Torres, e Heleno Machado Ferreira Júnior, funcionário de Francisco Erivan. Outros três indiciados, após prestarem depoimento na Polícia Federal são: a irmã do prefeito de Porto Calvo, Luciana Leão e Lima; Josélia Feitosa da Silva, esposa de Frascisco Erivan dos Santos; Kléber de Oliveira Santos, sócio da empresa de fachada K. O. Santos, usada por Rafael Torres para efetuar vendas aos municípios e fraudar licitações viciadas. O último deles, secretário de Educação da cidade de Matriz do Camaragibe, Marlon Braga, foi indiciado na última sexta-feira.





Fonte: Agência Estado

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