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Segunda - 17 de Dezembro de 2012 às 12:44
Por: Gilson Nasser

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Após um longo período de silêncio e discursos amenos, o ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), retornou ao velho estilo ‘galo de briga’, que o caracterizou no início de sua trajetória política, na década de 90. E o alvo do ex-prefeito tucano foi o trabalho do governador Silval Barbosa (PMDB), que o derrotou na disputa ao Palácio Paiaguás, em 2010.

Para o tucano, a atual gestão está falindo o Estado. “O Estado de Mato Grosso está na bancarrota. Não tem dinheiro nem para pagar salários com recursos próprios”, detonou o ex-prefeito em entrevista a Rádio CBN Cuiabá (AM 590).

O ex-prefeito destacou que o funcionalismo público está recebendo em dia devido a uma alteração, que ele classificou como inconstitucional, em na lei que criou os fundos estaduais na Assembleia Legislativa. “Só está pagando porque está ‘metendo a mão’ nos dinheiros dos fundos do Meio Ambiente e no Fethab”, explicou.

Um exemplo da situação calamitosa do Estado é a crise instalada no MT Saúde, o plano de saúde dos servidores públicos do Estado. "Isso tudo acaba refletindo na Saúde Pública, complicando o atendimento nas policlínicas e no pronto-socorro", disse.

Wilson lembrou que abordou a situação econômica do Estado na campanha eleitoral de 2010. Segundo ele, relatórios do Tribunal de Contas já apontavam que o estado acumulava déficit através de déficit nos últimos anos. “Jogaram todo o trabalho de estruturação da máquina pública que o Dante fez fora. Hoje não paga nem salários com recursos próprios”, assinalou.

De acordo com o ex-prefeito, a situação é ainda mais crítica no interior do Estado, onde várias obras estão paralisadas por falta de pagamento as empreiteiras. “As obras da Copa só estão acontecendo em Cuiabá porque são feitas com recursos do Governo Federal, através da Caixa Econômica”, frisou.

Outros problemas apontados pelo ex-prefeito no Estado foram a falta de andamento nas obras da ferrovia, que retomaram no último ano, e ainda a questão do gás natural. “O Dante deixou o Governo há quase 11 anos e só agora a ferrovia está saindo de Alto Araguaia”, falou.

Orquestração

Segundo Wilson, seu ostracismo político, iniciado após a derrota ao Governo, foi orquestrado pelo atual grupo que comanda o Estado desde 2003. Ele destacou que sua administração na prefeitura, entre 2005 e 2010, foi prejudicada pelo fato de ser oposição ao Governo do Estado. “Wilson representava a maior ameaça aos donos do poder no Estado. Fizeram de tudo para desconstruir o Wilson”, analisou.

Ele citou que atribuíram a sua administração problemas causados pelo Governo, como exemplo o fechamento dos hospitais São Thomé e Modelo, que prejudicaram o atendimento na Saúde. “Houve toda uma orquestração para me prejudicar. Maior parte da mídia ajudou na reeleição do governador”, apontou.

O ex-prefeito colocou ainda que a Operação Pacenas, que determinou a paralisação das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), também foi orquestrada para desconstruir sua imagem perante a população. “Foi uma operação totalmente política. Foi tudo arquivado e hoje nenhum gestor ou empresário responde a uma ação na Justiça”, afirmou.

Wilson aproveitou ainda para alfinetar o juiz federal Julier Sebastião da Silva, que determinou a operação realizada pela Polícia Federal. “O juiz que arquivou a ação, o César Bearsi, é um homem equilibrado, que não tem intenção nenhuma de ser candidato a senador, a governador, a nada”, elogiou, numa indireta ao magistrado matogrossense, que já deixou claro que pode renunciar a toga para entrar na carreira política.






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