Empréstimo é para pagar contas

O crédito consignado com desconto direto na folha de benefícios da aposentadoria atraiu de maio de 2004 a abril deste ano 15,845 mil beneficiários de Mato Grosso. Dos 142,369 mil idosos que recebem o benefício do INSS, 11,1% já utilizaram a modalidade. Nesse período foram solicitadas junto às instituições financeiras cadastradas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) R$ 34,751 milhões, de acordo com os dados da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev).

Em média, cada aposentado ou pensionista do Estado tomou R$ 2,1 mil em empréstimo. De acordo com os números divulgados pela Dataprev entre os dias 4 e 28 de abril os aposentados mato-grossenses tomaram R$ 5,337 milhões emprestados. No período, foram fechados 2,908 mil novos contratos. A condição do empréstimo é que o valor mensal das parcelas não pode ultrapassar 30% do valor líquido da aposentadoria, conforme explica o economista especializado em finanças, Anaor Carneiro. Segundo ele, a quantidade máxima de prestações é limitada em 36 vezes.

O economista orienta que os aposentados devem utilizar o crédito somente para quitar dívidas cujos juros sejam superiores aos cobrados pelas instituições financeiras que oferecem o crédito consignado. Ele considera viável utilizar a modalidade para saldar dívidas feitas com cartão de crédito ou no cheque especial, condições em que as taxas variam entre 7% e 10% ao mês, respectivamente. Nesses casos, Carneiro destaca que a modalidade de crédito é interessante por oferecer juros médios de 2,8% ao mês, dependendo da instituição financeira.

De acordo com o economista não é aconselhável tomar o crédito para comprar bens móveis. De acordo com ele, dependendo do item que vai ser adquirido é possivel realizar o parcelamento na própria loja. Muitas vezes, destaca, as empresas parcelam até sem juros. Mas o economista frisa que para aquisição de bens a melhor alternativa é adiar um pouco a compra e juntar o dinheiro para comprar à vista o bem desejado.