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Internacional
Sábado - 28 de Maio de 2005 às 21:10

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São Paulo - A votação do referendo sobre a Constituição européia começou neste sábado nos departamentos e territórios franceses de ultramar. O primeiro local a abrir as urnas foi o arquipélago de Saint-Pierre e Miquelon, na costa do Canadá, um dia antes de o processo ser realizado na França.

A votação também acontecerá neste sábado em Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica e Polinésia Francesa. Os franceses que moram nos Estados Unidos também poderão votar neste Sábado.

O resultado da votação nesses territórios não será revelado até que as urnas sejam fechadas no domingo na França às 22h do horário local (17h em Brasília).

Campanha Na sexta-feira, partidários do "sim" e do "não" à Constituição da União Européia realizaram seus últimos comícios no país. A campanha, que nas últimas duas semanas dividiu a França, passou a ser proibida a partir da 0h deste sábado. As pesquisas também não podem mais ser publicadas até o encerramento da votação.

Preocupados com a possibilidade de rejeição da Constituição em um dos países mais populosos da União Européia, os primeiros-ministros da Alemanha, Gerhard Schröder, e da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, viajaram à França na sexta-feira para participar de eventos pelo "sim".

Um dos principais arquitetos do documento, o ex-presidente Valéry Giscard D’Estaing, fez um emocionado apelo de última hora para tentar reverter a tendência favorável ao "não" apontada por pesquisas.

A França é o segundo país europeu a realizar um referendo sobre a Constituição - na Espanha, o "sim" a favor da Carta venceu, e o Parlamento ratificou o documento.

Na quarta-feira da semana que vem, a Holanda também submete o tratado à aprovação pública. Assim como na França, as pesquisas indicam que a maioria dos holandeses planeja votar "não". A Constituição européia precisa ser ratificada pelos 25 países-membros do bloco para entrar em vigor.

Porque "sim" e porque "não" Os defensores do "sim", dizem que uma Constituição européia daria maior governabilidade à União Européia (UE) - e faria avançar direitos sociais num bloco econômico.

Para os partidários do "não", o documento seria um cavalo de Tróia do ultraliberalismo econômico. Alguns partidos de centro, as extremas direita e esquerda e alguns sindicatos alegam, em uníssono, que a expansão da UE é desastrosa para economias nacionais.

Trazem mão-de-obra mais barata para a França e empresas nacionais transferem-se para outros países. Assim, o nível de desemprego, de 10%, só poderia subir com a aprovação da Constituição Européia, afirmam.

Outra questão que preocupa os favoráveis ao "não" são as negociações para o ingresso da Turquia na UE. Segundo estes eleitores, a Turquia, de maioria muçulmana, não teria ‘‘identidade cristã’’, ao contrário do resto dos integrantes da UE.

Um segundo motivo interfere no plebiscito: parte dos eleitores pretende dizer non ou oui (“não’’ ou “sim”, em francês) ao impopular presidente francês Jacques Chirac, que defende a aprovação da Carta.





Fonte: BBC Brasil

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