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Internacional
Sábado - 28 de Maio de 2005 às 20:30

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A Frente Revolucionária e Democrática do Povo Etíope (FRDPE), partido governista no país, venceu em 269 dos 523 distritos eleitorais em disputa nas eleições legislativas na Etiópia em 15 de maio, segundo as autoridades eleitorais.

O Conselho Nacional Eleitoral Etíope (CNEE) ordenou novas votações em 16 colégios eleitorais de dois estados do sul do país, após verificar as queixas sobre o voto de menores de idade, interrupções na votação e agressão contra alguns eleitores por militantes do partido governista.

Os partidos da oposição também denunciaram que grupos armados, supostamente de simpatizantes governamentais, invadiram alguns centros de votação e roubaram as urnas, segundo porta-vozes do conselho eleitoral. No entanto, as autoridades eleitorais etíopes não confirmaram quando acontecerão as novas votações nos distritos envolvidos.

Os resultados parciais anunciados pelo Conselho Eleitoral são de 453 distritos onde a apuração terminou. Segundo a apuração neste sábado, os partidos regionais, aliados do governamental FRDPE, obtiveram 14 cadeiras, e os dois principais grupos da oposição, a Coalizão para a Unidade e a Democracia (CUD) e as Forças Unidas Etíopes Democráticas (UEDF), conseguiram juntas 166 vagas no Parlamento.

Porta-vozes do Conselho Eleitoral disseram que os resultados finais não ficarão prontos, como o previsto, para o dia 8 de junho por causa do grande número de queixas dos partidos.

Cerca de 25 milhões de etíopes participaram das eleições para a câmara baixa do Parlamento, formada por 547 deputados e que nomeia o primeiro-ministro, chefe do governo e principal figura política do país.

Nestas eleições foram eleitos 523 legisladores, e os outros 24 serão escolhidos nas eleições de 21 de agosto na região do Estado Somali, uma região da Etiópia habitada por pastores nômades, vizinha à Somália, o que exige uma preparação especial.

Estas foram as terceiras eleições multipartidárias da história da Etiópia, mas as primeiras em que a oposição teve acesso aos meios de comunicação públicos e com a presença de observadores eleitorais.

Agora, no entanto, a oposição reclama que após a votação foi impedida do acesso aos meios públicos de comunicação, e, segundo porta-vozes da CUD, o governo está usando estes canais para "desinformar os cidadãos".

A demora do CNEE em divulgar os resultados das eleições, as declarações de vitória prematuras tanto do partido governista como da oposição, além da aparente "desinformação" governamental nos meios estatais foram alvos de críticas da União Européia.

Na quarta-feira passada, fontes da missão enviada pela UE para observar as eleições etíopes disseram que "tudo isso está prejudicando a transparência do processo, aumenta o risco de manipulações e enfraquece a confiança pública (nas eleições)".





Fonte: EFE

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