Brasil estréia contra a Venezuela na Liga Mundial de vôlei

A seleção começa a viver hoje um período de incertezas. O time que se gabou durante quatro anos de ter "12 titulares" enfrenta sua primeira reformulação com o peso de ter de se manter no topo e diante do único fantasma que não conseguiu vencer. Diante da campeã pan-americana Venezuela, a equipe do técnico Bernardinho estréia às 16h, em Caracas, na Liga Mundial, sua primeira competição após a conquista do ouro olímpico.

"Esse vai ser um ciclo de muita pressão para todos. Será bom para testar quem pode seguir em frente", disse Bernardinho.

O treinador traçou duas missões para esse período de adaptação. A primeira é encontrar substitutos para três símbolos de sua era: Nalbert, Maurício e Giovane.

Além da importância na quadra, esses atletas exerciam a função de "consultores" do grupo. Nalbert também era o porta-voz dos atletas, e Giovane, o responsável pelos rituais de motivação.

A outra missão do treinador será "ensinar" o time a perder e a lidar com as derrotas. Desde que ele assumiu a equipe, em 2001, o Brasil só não chegou à final de uma competição, o Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003, por causa da Venezuela.

"O que aconteceu nesse período foi irreal. Mas seremos cobrados para repetir. Nossos adversários estarão bem mais preparados, e vamos ter de nos desdobrar para manter um diferencial em relação a eles", afirmou Bernardinho.

A Venezuela é o rival mais forte dos brasileiros no Grupo A --pegam também Japão e Portugal.

O time que desbancou o Brasil nas semifinais do Pan --a seleção ficou com o bronze-- tem novo técnico, o cubano Eliseo Ramos.

"É um time forte fisicamente e contra o qual não se pode jogar menos que 100%. Mas estamos atentos", afirmou Ricardinho.

O levantador é outra aposta de Bernardinho nesta temporada. Ele usará na Liga a braçadeira que pertenceu a Nalbert nos últimos quatro anos. Antes de o time embarcar para Caracas, Nalbert, hoje egresso do vôlei, conversou com os ex-colegas para dar lições sobre a "postura de um capitão".

Nos primeiros treinamentos na Venezuela, Ricardinho já incorporou o novo papel e cobrou empenho, elogiou boas jogadas e deu conselhos aos jogadores.

Como opções de ataque, ele terá os pontas Dante e Murilo e o central Rodrigão. A única dúvida era entre André Heller e Henrique no meio-de-rede. O líbero Escadinha completa o time.