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Internacional
Sábado - 28 de Maio de 2005 às 14:55

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A incerteza sobre o estado de saúde do rei Fahd, de 83 anos, gerou preocupação em torno do futuro da estabilidade da Arábia Saudita, berço do Islã e o mais importante produtor e exportador de petróleo do mundo.

O monarca saudita, que subiu ao trono há 23 anos, foi internado nesta sexta-feira no Hospital Rei Faisal, em Riad. A Casa Real saudita se limitou a informar que o soberano está realizando "alguns exames médicos", sem dar mais detalhes sobre sua saúde.

A hospitalização de Fahd gerou dúvidas na imprensa internacional sobre o verdadeiro estado de saúde do monarca, que há dez anos sofre de diversas doenças.

O estado de saúde do rei o levou a delegar suas responsabilidades a seu meio-irmão, o príncipe herdeiro Abdula, que desde 1995 o representa nas visitas ao exterior e em cúpulas árabes.

Nas últimas 24 horas, o príncipe Abdula já recebeu telefonemas de líderes da região perguntando sobre a saúde de Fahd, um deles do presidente egípcio, Hosni Mubarak.

"O rei apresenta um bom estado de saúde, e os exames médicos aos quais está sendo submetido são normais", disseram fontes da Casa Real saudita.

Fontes do Ministério do Interior negaram as informações que circularam em alguns meios de comunicação internacionais que indicavam que o governo de Riad havia declarado estado de emergência no país e cancelado as férias dos membros das forças de segurança.

"Isso é absolutamente falso. Não há cancelamentos de férias nem foi declarado estado de emergência", disse o porta-voz do ministro saudita do Interior, Mahmoud al Turki.

Outras fontes oficiais declararam à imprensa local que "as informações divulgadas por algumas agências de notícias e emissoras de televisão são mal intencionadas e incorretas".

O rei Fahd, que subiu ao trono em junho de 1982, depois da morte de seu meio-irmão e antecessor Khaled Ben Abdelaziz, soube preservar a estabilidade e a segurança na Arábia Saudita enquanto a região do Golfo Pérsico era palco da guerra entre Irã e Iraque (1980-88).

Fahd também conseguiu neutralizar os movimentos de oposiçãoe modernizou as infra-estruturas da Arábia Saudita, país com 25% das reservas de petróleo do mundo.

A invasão iraquiana do Kuwait em 1990 foi um marco na história da Arábia Saudita e provocou a aparição - pela primeira vez e abertamente - de uma oposição ao regime do rei Fahd e à família real Al-Saud, fundada pelo seu pai Abdulaziz Al-Saud, em 1932.

Em 1992, um grupo opositor, o Comitê de Defesa dos Direitos Legítimos, foi criado no país, mas se transferiu para o Reino Unido quando as autoridades sauditas prenderam vários de seus membros.

A organização responsabiliza o rei Fahd por ter permitido a presença de tropas estrangeiras no país, onde se encontram os dois principais santuários do Islã, Meca e Medina. Ele também é acusado de corrupção e de violação da lei do Alcorão, a "sharia".

Os esforços do monarca para estabelecer sólidas relações entre a Arábia Saudita e os EUA também abriram espaço para o surgimento de uma oposição violenta, nesse caso de parte de seguidores da organização terrorista internacional Al Qaeda, liderada por Osama bin Laden, de origem saudita.

Um total de 15 dos 19 autores dos atentados de 11-9 em Nova York são sauditas, por isso, a Árabia Saudita anunciou a total cooperação com os EUA na luta antiterrorista internacional e começou uma guerra aberta contra os grupos extremistas no reino.

As forças de segurança sauditas anunciaram a prisão de dezenas de supostos membros da Al Qaeda e a morte de outros, devido aos inúmeros atentados registrados no país nos últimos três anos contra instalações petrolíferas e civis estrangeiros.





Fonte: EFE

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