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Internacional
Sábado - 28 de Maio de 2005 às 09:55

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A Justiça espanhola ordenou hoje a prisão de um dos três marroquinos detidos na segunda-feira em Madri e Granada (sul) por sua suposta relação com o financiamento dos atentados de Madri de 11 de março de 2004 e prorrogou a detenção judicial dos outros dois, segundo fontes judiciais.

O juiz da Audiência Nacional Juan del Olmo concordou com a prisão de Mourad Bhar, conhecido como "Ismael", de 20 anos, embora vá revisar sua situação na próxima terça-feira quando forem feitas as diligências que ordenou, explicaram as fontes.

Além disso, o juiz prorrogou a detenção judicial dos irmãos Abdelkhalak e Abdelhak Chergui, de 29 e 32 anos, até a próxima segunda-feira à espera também das diligências.

Os irmãos Chergui são acusados a princípio de colaboração com a organização terrorista, enquanto Bhar é acusado também inicialmente de um delito contra a saúde pública por tráfico de drogas.

Se após as diligências o magistrado só puder acusar Bhar de delitos relacionados com o tráfico de entorpecentes e não provar o financiamento dos atentados de Madri através desta atividade ilegal, este passaria à disposição de um juizado de instrução de Madri.

Os três cidadãos marroquinos foram detidos pela Polícia espanhola na segunda-feira passada, dois em Madri e o terceiro na cidade andaluza de Granada, em uma operação na qual foram feitas sete revistas.

Os agentes encarregados da investigação suspeitam que Bhar, que supostamente se dedica habitualmente ao tráfico de drogas, pode ter destinado os lucros desta atividade ao financiamento dos atentados de Madri, que provocaram 192 mortes e deixaram ao redor de 1.500 feridos.

Além disso, acham que também pode ter participado da armazenagem de armas que foram fornecidas aos autores do 11-3, já que dividiu um apartamento em Madri com outros dois acusados, Rafa Zouhier e Soufiane Raifak.

Quanto a Abdelkhalak Chergui, a polícia espanhola o relaciona com outros ativistas radicais islâmicos envolvidos nos atentados, como Serhane Ben Abdelmajid, "O Tunisiano"; Rachid Aglif, "O Coelho"; Faissal Allouch e Mohammed Belhadj.

As investigações policiais apontam que Abdelkhalak se dedica supostamente ao tráfico de armas e drogas e teria fornecido armas a esses terroristas para o massacre, além de colaborar em seu financiamento com os rendimentos obtidos no tráfico de entorpecentes.

Abdelkhalak, segundo a polícia, fez várias viagens para Holanda, Bélgica e Marrocos em datas imediatamente anteriores aos atentados e supostamente relacionadas com os atos preparatórios do 11-3.

Seu irmão Abdelhak, detido em Granada, estuda Engenharia Técnica em Telecomunicações e a polícia considera que seus conhecimentos podem ter facilitado a manipulação dos telefones celulares utilizados nos atentados de Madri.

Com estas três detenções chega a 90 o número de pessoas detidas por seu suposto envolvimento no 11/3, sendo que 27 foram detidas este ano.





Fonte: EFE

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