Depois de apelo de Chirac, cai rejeição à Carta européia

Paris - A rejeição dos franceses à Constituição da União Européia a dois dias do referendo registrou queda de 3 pontos porcentuais, enquanto a aprovação subiu 3, segundo a última pesquisa de opinião pública, do instituto CSA, divulgada hoje - dia seguinte ao pronunciamento do presidente Jacques Chirac.

O "não" obteve 52% e o "sim", 48%. Um dia antes da solene defesa da Carta européia feita por Chirac perante as câmeras de uma rede nacional de televisão, o "não" tinha 55% e o "sim" 45% da preferência do eleitorado francês.

Chirac pediu aos franceses um voto responsável - que não fizessem de um referendo decisivo para o futuro de toda a UE um plebiscito sobre o governo.

Apesar do significativo resultado da consulta popular feita pelo CSA, os analistas não acreditam numa reversão da tendência de rejeição, verificada nas últimas semanas. Para eles, os franceses vão recusar o texto.

Contudo, os partidários do "sim" recusam-se a jogar a toalha. Eles contam com o apoio de vários líderes europeus, incluindo o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, e o primeiro-ministro espanhol, Luis Rodrígues Zapatero. Ambos participaram ativamente ontem da campanha francesa pelo "sim".

Schroeder percorreu o sul da França com um trunfo. Horas antes de ele chegar a Tolouse para um pronunciamento, o Bundesrat (Câmara de representantes dos 16 Estados alemães) aprovou por 15 votos e uma abstenção a Carta européia, que já havia sido ratificada pelo Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão). Não votou o representante do Estado de Mecklemburgo-Antepomerânia. A votação quase unânime foi uma importante sinalização para o eleitorado francês a dois dias do referendo.