Com CPI, Congresso dará respostas à sociedade, diz Calheiros

Costa do Sauípe - O presidente do Congresso senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse hoje que não aceitará as pressões do Governo Federal no sentido de controlar a presidência e a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios e vai cumprir o regimento da Casa. "O que guia o Congresso Nacional é a ocupação dos espaços políticos, inclusive das CPIs, com a proporcionalidade partidária", explicou.

Calheiros entende que uma CPI é uma oportunidade para dar respostas às "perguntas que o País faz com relação às denúncias de corrupção, mas o governo precisa demonstrar que não é a única".

Ele preferiu não comentar as manobras do Planalto para a retirara de assinaturas que pedia a criação da CPI dos Correios, assinalando que "a retirada e inclusão de assinaturas é uma coisa democrática, regimental, sempre aconteceu, o que gostaria de repetir é o que a sociedade quer do Congresso: colaboração, sobretudo nas respostas sobre as denúncias de corrupção".

O senador garantiu que manterá a total independência e a isenção que o cargo de presidente do Congresso impõe para conduzir o conflito de interesses que gira em torno da CPI. Ele avisou que dará um prazo "óbvio, de bom senso" para os líderes partidários indicarem os membros da comissão, mas se isso não ocorrer "vou indicá-los", assinalou, assumindo uma postura oposta a do ex-presidente do Congresso José Sarney (PMDB-AP) que não indicou os integrantes da CPI dos Bingos (que investigaria a atuação do ex-assessor Waldomiro Diniz) diante da recusa dos partidos da base do governo federal.

Calheiros participa na Costa do Sauípe da IX Conferência Nacional dos Legislativos Estaduais.