Deputado diz que CPI antecipa debate sucessório

O deputado federal Joaquim Francisco (PTB-PE) afirmou hoje que retirou a assinatura da lista que solicitava a abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as suspeitas de corrupção nos Correios para "não antecipar o debate sucessório de 2006". Demonstrando-se tranqüilo com o seu posicionamento diante do fato, o deputado negou que tivesse sido pressionado pelo PT. Segundo o petebista, esta

"Assinei. Depois houve início das investigações pela Polícia Federal e Ministério Público e, como não se provou evidência concretas em relação ao caso, julguei conveniente não antecipar o debate eleitoral", disse, em entrevista à Rádio Folha 96.7 FM. "Tenho 57 anos de vida e não vou me deixar levar por antecipações eleitorais. Não vou entrar nesta onda para desmoralizar investigações sólidas (Ministério Público e a Polícia Federal)", destacou o pernambucano.

O parlamentar demonstrou descrédito com a instalação de CPIs para investigar as denúncias de corrupção. "CPI é um instrumento, mas não é o salvador, o redentor como o PSDB e o PMDB querem passar para a opinião pública", afirmou Joaquim Francisco. Ele destacou que CPIs como a do narcotráfico, medicamento e desmatamento, até o momento, não tiveram resultados. "Já vi este filme antes. Já vi tropa de choque de Fernando Henrique Cardoso abafando a frente de vários companheiros, que queriam CPI. Já vi Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) abafar 42 CPIs", cutucou.

Ainda na entrevista, o deputado falou que esta crise nacional do partido, com o nome do presidente nacional Roberto Jefferson vinculado ao suposto processo de corrupção, em nada afetará a imagem do deputado federal Armando Monteiro Neto (PE), pré-candidato da legenda ao Governo do Estado, em 2006. "Não vejo a responsabilidade direta ou indireta do PTB de Pernambuco em nenhum momento. Armando é um homem limpo e não terá problema", finalizou.