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Economia
Sexta - 27 de Maio de 2005 às 16:30

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Tóquio - "Vamos recuperar o tempo perdido no aprimoramento e na revitalização das relações do Japão com o Brasil", pediu hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cerca de 700 empresários japoneses e brasileiros, no discurso que marcou sua despedida da capital japonesa. Lula encerrou o seminário "Brasil-Japão - Oportunidades de Investimento, Comércio e Turismo" com um discurso de cerca de meia hora. Além de repetir o convite aos investimentos no Brasil, ele reiterou seu compromisso com as políticas de estabilização da economia.

"Não tomaremos nenhuma atitude que possa significar tornar a economia brasileira vulnerável e nem tampouco nenhuma medida populista, que muitas vezes serve para eleger um candidato, mas afunda o Brasil em anos e anos de recessão", disse o presidente. "Lamentavelmente, no meu país, tem muita gente que, embora tendo cargos importantes, pensa pequeno, não pensa grande e não dá dimensão de grandeza para o que o Brasil representa no mundo de hoje".

Lula lembrou que, há pouco tempo, a possibilidade de o Brasil romper a barreira dos US$ 100 bilhões exportados era objeto dessa descrença. Ele também lembrou resultados que considera positivos da economia em seu governo, como o maior crescimento da indústria em 18 anos e a geração média de 127 mil empregos por mês, contra 8 mil mensais em anos anteriores.

"O Brasil não tem volta. O Brasil vai ter de aproveitar todos os momentos positivos que puder ter para que, no século XXI, se transforme definitivamente numa grande economia, capaz de competir em igualdade de condições com as maiores economias do mundo", disse Lula aos empresários. Num hotel de luxo da capital japonesa, eles passaram o dia assistindo a palestras sobre o Brasil ministradas por autoridades do governo.

Lula disse ainda que o país só não alcançou resultados melhores em sua história pela falta de planejamento de longo prazo: "Já podíamos ter chegado lá, mas não chegamos porque, muitas vezes, no nosso país, as pessoas não conseguem pensar para 20 anos, não conseguem pensar para 30 anos. Muitas vezes, as pessoas conseguem pensar apenas de eleição em eleição".

O presidente também criticou os que abdicam desse planejamento por interesses pessoais: "Não é possível e não é justo que um homem, por mais importante que seja, possa colocar os seus interesses pessoais acima dos interesses de uma nação. Que ele esteja mais preocupado com seu futuro do que com o futuro do seu povo". E explicou: "Por isso é que nós não brincamos quando se trata de política econômica".

Na manhã deste sábado, Lula e sua comitiva seguem para Nagóia, onde terão encontros com representantes da comunidade de brasileiros no Japão. Antes de encerrar o seminário, Lula manteve vários encontros com empresários e autoridades japonesas, incluindo o casal imperial e o presidente português, Jorge Sampaio. As informações são da Radiobrás.





Fonte: Agência Estado

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