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Internacional
Sexta - 27 de Maio de 2005 às 13:59

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Os países que participam do V Fórum das Florestas debatem, em meio a profundas divergências, os objetivos e os mecanismos de implementação para frear o desmatamento e a deterioração do meio ambiente.

Os ministros do Meio Ambiente e de Energia de diversos países destacaram ontem a necessidade de tomar medidas concretas e claras para combater a degradação do meio ambiente.

Estas medidas estarão refletidas em uma resolução final que deverá ser adotada amanhã, no fim da reunião, mas as divergências entre as delegações -principalmente entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos- estão gerando dúvidas se o documento será mais fraco que o previsto.

Em declarações à EFE, o presidente do Fórum, o professor colombiano Manuel Rodríguez Becerra, insistiu na necessidade "de conseguir um documento que reforce os acordos atuais e que faça com que a gestão das florestas seja uma prioridade em nível internacional".

Para ele, a divergência entre os países sobre este tema não é algo novo, pois isso já foi mostrado em sessões anteriores do Fórum, especialmente entre defensores e opositores do estabelecimento de instrumentos para reduzir a degradação do meio ambiente.

"Desta vez, todos concordam que não é possível que haja um consenso sobre isso. Assim, estamos discutindo outro tipo de acordo que tem a ver com os objetivos e os meios de implementação", disse.

Sobre este tema, ressaltou, existem diferenças entre os países a favor e os contra o estabelecimento de objetivos em números e com datas para serem cumpridos.

Segundo o presidente do Fórum, outro ponto de discórdia é entre os que acreditam ou não na necessidade de haver meios de implementação bem estabelecidos para cumprir os objetivos.

Ainda assim, Becerra disse estar convencido de que haverá um documento relacionando a proteção das florestas e do meio ambiente ao cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Entre as delegações que querem objetivos em números está a da União Européia (UE), que propõe maiores compromissos políticos e recursos para a gestão sustentável das florestas.

Além disso, o professor colombiano não descarta avanços nas discussões para o estabelecimento de um instrumento legalmente vinculativo para frear a degradação do meio ambiente.

A secretária de Estado para a Agricultura de Luxemburgo, Octavie Modert, que discursou em nome da UE, enfatizou a necessidade de os países "estabelecerem objetivos comuns e quantificáveis para preservar e restituir as florestas e promover sua gestão sustentável".

Por sua vez, o secretário do Meio Ambiente e Recursos Naturais do México, Alberto Cárdenas, lamentou que nos cinco últimos anos não tenha se chegado a um acordo sobre a gestão das florestas.

Após apoiar a idéia de adotar um instrumento vinculativo que obrigue os países a cumprir seus compromissos, Cárdenas também defendeu a criação de um Fundo Mundial para as Florestas que permita aos países mais pobres assumir suas responsabilidades na gestão sustentável do meio ambiente.

"Devemos reforçar as regras internacionais atuais e estabelecer objetivos alcançáveis e compromissos firmes", ressaltou.

O ministro de Meio Ambiente e Energia da Costa Rica, Carlos Manuel Rodríguez, se manifestou de forma parecida. Ele pediu aos países que cheguem a um consenso sobre um "plano de ação" e estabeleçam mecanismos de implementação que permitam abordar um problema tão preocupante como o desflorestamento.





Fonte: EFE

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