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Nacional
Sexta - 27 de Maio de 2005 às 13:47
Por: James Allen

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Brasília - Os senadores da oposição presentes na sessão de hoje do plenário centraram fogo na realização da CPI dos Correios. O líder do PFL, José Agripino (RN), e Cristóvam Buarque (PT-DF) criticaram as ameaças feitas ontem pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, de que os petistas que assinaram o requerimento para a abertura das investigações pelo Congresso sejam afastados do partido. "Com as declarações do ministro, qualquer um vai entender que lugar de caça-ladrão é fora do PT", disse Agripino. "O ministro fala com uma inabilidade e uma arrogância que não estão de acordo com o sentimento das ruas", apontou o líder.

Buarque atribuiu ao ministro o fiasco do governo na tentativa de impedir a criação da CPI. "Se alguém está cometendo erros é o ministro José Dirceu", disse. Segundo o senador, Dirceu errou por não filtrar corretamente aqueles que são indicados para os cargos de governo, além de não ter saído na frente na defesa da apuração das denúncias pela CPI e, agora, errou mais uma vez ao dizer que quem assinou o requerimento deve ser punido. Buarque atendeu à orientação da bancada petista no Senado e não apoiou a CPI, mas lembrou que qualquer orientação em relação aos que desobedeceram as decisões das bancadas "deveria sair de dentro do PT e não de dentro do Palácio do Planalto".

O senador petista criticou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) por assinar o requerimento como uma atitude política, em desrespeito à orientação da bancada. "Se era uma questão de princípio, ele não deveria ter nem comparecido à reunião da bancada, mas se era política, deveria ter atendido à determinação da maioria". Apesar disso, disse discordar de José Dirceu que atribuiu a posição de Suplicy ao fato de ele ser "um senador estranho". "Estranho é o ministro que diz isso", rebateu Buarque.

"O governo quer criar a CPI de um lado só", diz Agripino O líder do PFL, José Agripino, criticou também, em seu discurso, a disposição anunciada pelo líder do Governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), de tentar indicar tanto o presidente quanto o relator da CPI dos Correios. "O governo quer criar a CPI de um lado só", reclamou o oposicionista. Aos jornalistas, o líder reclamou que, pelo rodízio tradicional do Congresso, a indicação do relator caberia à minoria. E no caso da oposição no Senado, ao PFL. Agripino disse estar em negociação com o PSDB para indicar o senador César Borges (PFL-BA).

"Optamos por um perfil de competência, equilíbrio e disponibilidade de tempo para a CPI e vamos trabalhar pela despolitização da comissão, adotando um critério técnico para definir o corrupto a ser investigado", disse o líder do PFL. "Essa CPI não pode ser uma briga entre governo e oposição".





Fonte: Agência Estado

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