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Internacional
Terça - 24 de Maio de 2005 às 11:10

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Nova York - A Síria pôs fim à sua cooperação com as forças armadas e os serviços secretos dos Estados Unidos, em resposta à "intensificação" das pressões de Washington sobre Damasco, segundo disse o embaixador sírio nos EUA, Emad Mustafá. Em entrevista publicada hoje, terça-feira, pelo jornal New York Times, Emad Mustafá afirmou que há dez dias seu país "cortou todos os vínculos" com o Exército americano e com a CIA, que serviram para evitar mal-entendidos durante operações militares na fronteira sírio-iraquiana.

Washington segue acusando o governo de Damasco de tolerar a utilização de seu território para apoiar o terrorismo no Iraque, apesar da recente captura na Síria e entrega ao Iraque do meio-irmão de Saddam Hussein, assinalou o diplomata sírio.

Mustafá concedeu a entrevista ao New York Times na sexta-feira passada, o mesmo dia em que a secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, fez suas mais duras denúncias contra a Síria até o momento.

Nessa ocasião, Rice expressou seu mal-estar perante "o apoio aos terroristas que parece acontecer desde o território sírio". A Síria "está permitindo que seu território seja utilizado para organizar ataques terroristas contra iraquianos inocentes", especificou Condoleeza em entrevista coletiva conjunta, em Washington, com o ministro iraquiano de Planejamento, Barham Saleh.

A chefe da diplomacia americana denunciou, além disso, o regime em Damasco por seu apoio aos extremistas palestinos e por resistir à corrente democratizadora que, segundo ela, está se manifestando atualmente no Oriente Médio.

Militares e especialistas dos serviços secretos dos EUA disseram ao jornal que células de insurgentes no Iraque recebem "quantias ilimitadas de dinheiro" de uma rede financeira clandestina dirigida por ex-líderes do Partido Baath de Saddam Hussein e familiares deste refugiado na Síria.

O Pentágono reconhece que seus militares no Iraque mantiveram contatos com os soldados sírios na zona fronteiriça em casos, por exemplo, de disparos de artilharia através da fronteira por equívoco.

As relações de Washington com Damasco nunca foram boas e pioraram depois do assassinato, em 14 de fevereiro, no Líbano, do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri. A embaixadora americana em Damasco, Margaret Scobey, foi chamada a Washington por causa do atentado e ainda não regressou à capital síria.

Os EUA estudam novas medidas de pressão para conseguir que a Síria tome medidas contra os terroristas que atuam no Iraque, segundo o The New York Times, que cita fontes da Administração do presidente George W. Bush. "Há muita discussão sobre o que fazer com a Síria e o problema que (este país) nos traz", disse um funcionário citado pelo jornal.





Fonte: EFE

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