Homicídio na França causa tensão entre norte-africanos e ciganos
O prefeito da localidade, Jean-Paul Alduy, pediu aos jovens norte-africanos da cidade, que pedem vingança e já protagonizaram vários distúrbios, que mantenham a calma e esperem que a Justiça faça seu trabalho.
Segundo as primeiras investigações, um norte-africano de 29 anos foi assassinado a golpes no domingo passado por quatro ciganos, que o seguiram até um restaurante após uma discussão no centro da cidade por causa de uma vaga em um estacionamento e o espancaram perto de um mercado lotado.
Apesar da reunião de conciliação realizada ontem, segunda-feira, entre representantes das duas comunidades, judiciais, policiais e municipais, assim como a família da vítima, as autoridades não conseguiram evitar a ira de aproximadamente cinqüenta jovens norte-africanos, que se reuniram em frente à delegacia para protestar e pedir vingança.
Depois, o grupo de jovens foi até o bairro de Saint-Jacques, onde vive a comunidade cigana de Perpignan há séculos e onde fizeram alguns atos violentos.
Além de quebrar várias vitrines e janelas do bairro e queimar lixeiras, vários disparos foram ouvidos, segundo a polícia, que finalmente conseguiu dispersar os jovens e posteriormente estabeleceu uma operação de vigilância com patrulhas constantes em Saint-Jacques para evitar novos incidentes.
No bairro onde reside a família da vítima, Vernet, vários veículos da polícia, inclusive o que levava o procurador-geral da cidade, Jean-Pierre Dreno, foram recebidos com pedradas por seus moradores.
O procurador se reunirá de novo nesta terça-feira com os familiares da vítima para explicar como estão se desenvolvendo as investigações e a situação dos quatro suspeitos do assassinato, que estão presos desde domingo passado e que devem passar esta tarde à disposição da Justiça.
"A vingança é inadmissível", afirmou Dreno à imprensa, acrescentando "a Justiça fará seu trabalho", como ficou visível com a prisão imediata dos suspeitos.
Dremo também pediu às testemunhas do crime que prestem depoimento "porque os fatos são muito graves para que a lei do silêncio continue".
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